Arena lotada -- 39.400 torcedores presentes --, clima agradável após o rival Corinthians tropeçar em casa. Tudo parecia perfeito para o Palmeiras vencer e ampliar a sua vantagem na liderança do Campeonato Brasileiro para cinco pontos, mas o domingo foi de decepção para os palmeirenses.
A equipe mineira se mostrou mais competente nas poucas chances de gol e derrotou o time alviverde por 1 a 0, no Allianz Parque, na manhã deste domingo (24).
Com o resultado, o Palmeiras se manteve com 32 pontos e vê a diferença para o segundo colocado cair para dois pontos, já que o Corinthians empatou com o Figueirense por 1 a 1 no sábado. O Atlético-MG chega aos 26 e se aproxima do G-4.
Antes do jogo e no intervalo, muitas referências ao título da Copa Rio de 1951, que completou na última sexta-feira, 65 anos de sua conquista. Duas faixas no estádio, com os dizeres “1º Campeão Mundial - Copa Rio 22/jul/1951” foram estendidas atrás do gol onde Vagner atuou no primeiro tempo. Algumas imagens e narrações da conquista também foram exibidos no telão da arena.
Além da celebração pela Copa Rio, o jogo também marcou o reencontro da torcida com o técnico Marcelo Oliveira. Quem esperava vaias ou aplausos se decepcionou. A torcida palmeirense tratou o treinador de forma indiferente. Durante o anúncio da escalação dos times, alguns vaias foram ouvidas quando o nome do técnico foi falado, mas a impressão é que ele acabou sendo “vítima” do fato de que os dois nomes citados anteriormente foram Robinho e Fred.
O jogo
Dentro de campo pelas escalações das duas equipes, ficava clara a intenção de cada um. O Palmeiras, com três atacantes de velocidade, iria explorar as jogadas pelas laterais e tentar resolver o jogo o mais rápido possível, com tem feito na maioria de seus jogos. O Atlético-MG, com três volantes, jogaria fechado e tentaria explorar os espaços deixados pelo adversário.
E foi justamente que aconteceu. O Palmeiras teve maior volume de jogo e ditou o ritmo da partida, mas teve muitas dificuldades para sair da boa marcação do Atlético. Tanto que, por diversas vezes, diminuiu a intensidade e tentou cadenciar o jogo, sempre explorando as jogadas com Róger Guedes pelo lado esquerdo, inicialmente, e depois no lado direito, após o atacante mudar de lado do campo.
O problema era que, sem espaço para tabelar, o Palmeiras começou a explorar os cruzamentos para a área. Um erro grosseiro para um time com três atacantes de velocidade, sem referência na área. Para piorar, Erik e Dudu tinham a incumbência de entrar na área e tentar o cabeceio, atacantes com 1,66m e 1,72m de altura, respectivamente. Como esperado, Leonardo Silva e Erazo não tiveram grandes dificuldades para tirar a bola.
O Atlético-MG tentava colocar em prática a ideia de jogar no contra-ataque, mas de uma forma pouco eficiente e bem conhecida do palmeirense. A atuação do Galo na primeira etapa lembrou muito o Palmeiras dos tempos de Marcelo Oliveira. Quando tinha a bola no pé, não conseguia trocar três passes ea única jogada era os chutões para frente, em busca de Fred e Robinho, que até conseguiram oferecer um pouco de trabalho para a defesa.
O estreante Vagner passou segurança no gol do Palmeiras e foi muito bem quando exibido. Além de algumas saídas do gol fundamentais para não deixar os adversários entrarem livre na área, ele fez uma bela defesa aos 30 minutos, em chute de Robinho, de fora da área. Prass, com certeza, aprovou a atuação de seu substituto.
No segundo tempo, as duas equipes voltaram mais dispostas a arrumar confusão. Todo lance acaba em discussão. Em uma jogada na lateral, por exemplo, Jean e Robinho se enrolaram, sobraram chutões, empurrões e discussões, mas o árbitro mandou o jogo seguir. Com o passar do tempo, os ânimos foram acalmados e o Atlético-MG aproveitou.
Aos 8, na primeira boa jogada, sem chutões, feita pelos visitantes, eles abriram o placar. Após boa troca de passes entre Fábio Santos, Fred e Robinho, Leandro Donizete apareceu de surpresa dentro da área, recebeu passe na medida e bateu na saída de Vagner. Belo gol e pela primeira vez, o Palmeiras saia atrás do marcador em casa, neste Campeonato Brasileiro.
Com o placar adverso, Cuca mexeu. Tirou Cleiton Xavier e colocou Barrios, para ter uma referência dentro da área. Depois colocou Alecsandro no lugar de Erik e sem um meia criativo, o jeito foi apostar na correria e nos cruzamento para a área. O Atlético, seguro na defesa, foi pressionado nos minutos finais, mas com o Palmeiras claramente nervoso, conseguiu garantir a vitória fora de casa.
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