Atlético e Coritiba inauguram neste domingo (21), às 16 horas, uma nova era no principal clássico local. É a rivalidade elevada ao padrão internacional de estádios. Será o primeiro embate entre os maiores clubes paranaenses em um dos palcos construídos para a Copa do Mundo de 2014. E com a possibilidade extra de ser o primeiro Atletiba indoor, caso o Furacão opte por fechar a tampa do Caldeirão.
Sob o único teto retrátil do hemisfério Sul, a dupla se enfrenta em momentos inversos: rubro-negros entre os líderes, coxas-brancas na zona de rebaixamento. Da mesma forma que o sucesso em campo aumenta a ‘cobiça’ do lado oposto, o avanço patrimonial dos rivais também motivou o crescimento adversário.
Nascido Belford Duarte, o Alto da Glória passou por uma expressiva reformulação entre os anos 1960 e 70. Em 1977, ganhou o nome Couto Pereira, em homenagem ao dirigente responsável pelo pontapé inicial para o estádio existir. Um marco no investimento material intercalado dos clubes.
Morto em abril, filho do Couto Pereira pediu para ter cinzas jogadas no estádio do Coritiba
A partir da reinauguração, o estádio alviverde virou o principal palco do futebol local. Dos 30 maiores públicos da história do futebol paranaense, 26 foram no Alto da Glória.
O recorde pertence ao Atlético, que acabou fazendo do Couto sua casa para grandes jogos. Ostenta até hoje a marca com 67.391 presentes (65.491 pagantes) para a vitória por 2 a 0 sobre o Flamengo, em 15 de maio de 1983, pela semifinal do Brasileiro.
A partir do estádio concluído, o Coxa foi duas vezes semifinalista do Nacional (1979 e 80), além de erguer a taça em 1985.
Também foi o crescimento patrimonial do rival que acabou empurrando o Atlético para o sonho de jogar no gigante Pinheirão. Afundado em uma crise financeira, o clube planejava desativar a Baixada e lucrar com a venda de cadeiras, estacionamento, publicidade e presença de torcida no ‘moderno’ estádio da Federação Paranaense. Havia a possibilidade de o antigo estádio virar um complexo residencial ou até em shopping.
Couto Pereira e Arena da Baixada são estádios símbolo de sua época. Compare
O sonho virou exílio. A torcida nunca adotou a praça esportiva. O contrato que previa 100 anos de comodato foi desfeito pelo então presidente José Carlos Farinhaki.
“Esse retorno à Baixada, para mim, foi um dos momentos mais importante da história do estádio”, define Claro Américo Guimarães, neto do Joaquim Américo, nome de batismo do reduto rubro-negro.
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No lado alviverde, o Couto Pereira adormeceu na estrutura que tinha. Entre 1977 e o início dos anos 2000, a única alteração significativa no estádio foi a troca do alambrado pelo fosso.
Na última década e meia, enquanto o Furacão construía a Arena, o Coxa investiu em gramado, banheiros, lanchonetes e memorial; apresentou inúmeros projetos de estádio novo, chegou a cogitar a compra do Pinheirão e acabou atendendo a um anseio antigo da torcida: conclusão do setor à frente da Rua Mauá.
“Essa questão da rivalidade, não tenha dúvida, sempre faz com que um clube puxe o outro. É assim em campo, quando o nosso título brasileiro mexeu com o Atlético, e vice-versa. É assim também na estrutura, no patrimônio. É a parte positiva, extremamente salutar da rivalidade”, afirmou o ex-presidente Vilson Ribeiro de Andrade, responsável pela intervenção recente mais expressiva do estádio, com a conclusão da reta da Mauá.
“O Coritiba não teve as mesmas possibilidades que o Atlético teve de financiamento para a Copa do Mundo e deu melhores condições de acomodação à torcida com o os recursos que tinha”, comentou o ex-dirigente, com a alfinetada comum da rivalidade de sempre.
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