Santa Catarina tem três equipes na Série A e outras duas na Série B do Campeonato Brasileiro. Situação que tem colocado o estado em evidência e também à frente do futebol paranaense, que tem apenas Atlético e Coritiba na Primeira Divisão, e o Paraná na Segunda.
Confira abaixo cinco situações que desenharam esse cenário:
1 - União dos clubes
Criada em 1987, a Associação de Clubes de Futebol Profissional de Santa Catarina tem 27 clubes afiliados e atua junto à Federação Catarinense para que os times tenham condições de evoluir dentro e fora de campo. A associação capacita diretores e gestores dos clubes, além de auxiliar na gestão de direitos de imagem, na arrecadação com produtos licenciados e também em questões jurídicas e administrativas. A tentativa paranaense de uma associação desse mesmo estilo, a Futpar, durou apenas três anos.
2 - Descentralização e força do Estadual
No Campeonato Catarinense não há polarização entre os clubes da capital. Enxuto, com apenas 10 times, nos últimos quatro campeonatos foram quatro campeões. O sucesso dos times se dá também na relação que mantêm com suas cidades no interior, deixando para trás a polarização e a rivalidade que dá apenas destaque aos times da capital. Criciúma é uma cidade com menos de 200 mil habitantes e o time tem mais de 10 mil sócios.
O Campeonato Paranaense já vem sendo preterido pelos clubes há tempos, com equipes juvenis e pouco envolvimento das torcidas. Somente após sete anos o Londrina conseguiu quebrar a hegemonia de Coritiba e Atlético na disputa, conquistando o Estadual de 2014 após 22 anos da primeira conquista do Tubarão.
3 - Boa média de público
No Campeonato Brasileiro da Série B, o Joinville tem a 5.ª maior média de público, com 8.233 pagantes. Em maio, na partida contra o Vasco, recebeu 11.500 pessoas na Arena Joinville. O Avaí fica em 9.º na tabela, com média de 4.767 pagantes. Os dois ficam bem à frente do Paraná, que só aparece na 13.ª posição, com média de 3.660 pagantes na Vila Capanema.
Na Série A, o Criciúma fica muito próximo do Atlético em média de público, 9.828 contra 10.290 do Furacão. A Chapecoense tem mais de 11 mil sócios, mas a média de público fica entre 8 mil, número semelhante ao do Figueirense. Esse bom resultado se deve à identificação dos moradores locais com os clubes, além dos programas de sócios e promoções para ingressos.
4 - Patrocinadores locais
Com foco no público local, empresas sediadas em Santa Catarina ajudam as equipes, pois entendem que se os times tiverem destaque na elite do futebol brasileiro, as cidades ganham em notoriedade e movimentam a economia local.
Como as equipes não estão concentradas apenas na capital Florianópolis, várias regiões do interior do estado, com indústrias em setores diversos também investem no futebol. Entre os patrocinadores estão uma cooperativa de alimentos, o Sindicato da Indústria de Extração de Carvão do Estado de Santa Catarina, e indústrias de aço e tubos e conexões.5 - Salários em dia
Manter o equilíbrio na folha de pagamento, sem contratações milionárias no elenco ou com técnicos é o foco das equipes catarinenses. Em 2013, a Chapecoense conquistou o acesso à Série A com uma folha salarial de apenas R$ 550 mil.
O Avaí é uma exceção em comparação aos outros clubes catarinenses, com salários atrasados. O técnico Geninho cobrou melhor administração das contas.
Os times paranaenses estão há meses envolvidos em polêmicas de pagamentos atrasados, principalmente o Paraná e o Coritiba, com direito a faixa protesto dos jogadores no clássico Atletiba. O Atlético também deve direitos de imagem aos atletas.
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