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Federação e Atlético afirmam que não foram informados pelo Corinthians-PR de que o Ecoestádio não poderá ser usado nesta quarta-feira | Albari Rosa / Gazeta do Povo
Federação e Atlético afirmam que não foram informados pelo Corinthians-PR de que o Ecoestádio não poderá ser usado nesta quarta-feira| Foto: Albari Rosa / Gazeta do Povo

A partida entre Atlético e Corinthians-PR, marcada para as 17 horas de quarta-feira (15), no Ecoestádio Janguito Malucelli, está ameaçada. Depois de o Ministério Público (MP) questionar nesta terça-feira (14) a Federação Paranaense de Futebol (FPF) sobre a utilização indevida do estádio para jogos do Atlético, a diretoria do Corinthians-PR definiu que não cederá mais o estádio para o Atlético mandar jogos. A informação foi passada pela assessoria de imprensa do time do Barigüi na noite desta terça-feira.

"A diretoria me pediu para avisar que, diante da dificuldade da Polícia Rodoviária Federal em dar guarida no trânsito na região, o estádio seria fechado amanhã [quarta-feira]", disse a assessora de imprensa do Corinthians-PR, Ruthe Precoma.

A reportagem pediu mais detalhes por volta das 21 horas desta terça-feira, mas não foi atendida pela assessoria. A assessora alegou que não conseguia entrar em contato com a diretoria do clube. Já o presidente de honra do clube, Joel Malucelli, e o presidente Juarez Malucelli não atenderam as ligações da Gazeta do Povo ao longo de toda a tarde e da noite desta terça-feira. O vice-presidente da FPF, Amilton Stival, não havia recebido nenhum comunicado oficial sobre a decisão do Corinthians-PR até o início da noite desta terça-feira. "Não terá jogo só se o Corinthians-PR não entrar em campo. O jogo está marcado. Vai estar árbitro, bilheteiro, todo mundo. Se não jogar, vai ser WO. Mas não acredito nessa possibilidade", disse Stival no fim da tarde desta terça.

O Atlético também não teria sido comunicado oficialmente pelo Timãozinho até o início da noite desta terça. Dagoberto dos Santos, superintendente do Rubro-Negro, disse que o elenco segue programação normal para a partida.

Apesar da posição do MP e da decisão do Corinthians-PR, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) já havia anunciado na tarde desta terça que faria na partida desta quarta-feira operação para garantir a segurança da travessia dos torcedores pela BR-277 a caminho do jogo.

A PRF vetou o estádio para eventos de médio e grande porte após a morte do torcedor André Scaramussa Lopes, de 21 anos, atropelado na rodovia após a vitória do Atlético sobre o Roma no último dia 1.°.

"Deixamos bem claro que não há autorização para realizar aquele evento [jogo desta quarta-feira], mas sabemos que tão em cima da hora não vão conseguir impedi-lo. Amanhã [quarta] vamos realizar a operação como fizemos semana passada, mas esperamos que os próximos jogos não aconteçam mais lá [Ecoestádio]", disse o inspetor da PRF Anthony Nascimento, antes de a assessoria de imprensa do Corinthians-PR informar que o estáio não seria utilizado.

IndevidoO MP questionou a FPF sobre a utilização indevida do Ecoestádio para jogos do Atlético no Estadual. Nesta terça-feira (14), após reunião com a Secretaria Municipal de Transporte e a Polícia Rodoviária Federal, foi expedido um ofício à FPF solicitando informações sobre o descumprimento da determinação que proíbe partidas no local.

Segundo a Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor do MP, o uso do Ecoestádio com o Rubro-Negro como mandante fere o Código Nacional de Trânsito, já que é considerado um evento de, pelo menos, médio porte e que pode causar perturbação ou interrupção na livre circulação de veículos pedestres na BR-277, via que passa ao lado do estádio e que é um dos principais gargalos de entrada e saída de Curitiba. No encontro, foi apresentada ao MP uma cópia da notificação enviada pela PRF à Federação.

De acordo com a promotoria, o Estatuto do Torcedor não é ferido com o veto ao Ecoestádio, pois os torcedores têm direito à segurança no local do evento esportivo "antes, durante e após" a realização do mesmo.

Segundo nota publicada pelo MP, uma solução consensual é o ideal para o caso, mas não está descartada uma medida judicial para proteção dos torcedores/consumidores

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