Desde que assumiu a disputa do Campeonato Paranaense no lugar do sub-23, o time principal do Atlético tem decepcionado. Em dois jogos na Arena, uma derrota para o Foz do Iguaçu e um empate com o J. Malucelli.
Mas qual é o motivo desse início ruim? Os colunistas da Gazeta do Povo comentaram sobre o assunto, além de falarem da estratégia de colocar o time principal no Estadual e a consequência de saída de jogadores como o atacante Marcelo para o Flamengo. Veja abaixo a opinião de cada um abaixo.
Por que o time principal do Atlético começou tão mal a temporada?
Porque o planejamento é equivocado. O negócio de mandar o time para o exterior é absurdo, contraria a normalidade. Isso é para quem tem elenco como o Barcelona, o Real Madrid, que fazem turnê pela China, pelos Estados Unidos, faturam dinheiro e fazem a pré-temporada. O Atlético quer imitar de forma ridícula, jogando pela comida. Fez um monte de amistosos sem importância e ainda perdeu os dois melhores jogadores, o Marcelo e Douglas Coutinho – que depois de ter sido vendido, não tem cabeça para jogar, melhor que fique de fora. Há dois anos não tem um armador, desde a saída do Éverton. Está mal fisicamente e tecnicamente. O projeto está errado.
Porque não fez uma pré-temporada adequada. Disputou muitos amistosos na Europa, não teve uma sequência de treinamentos específicos, físicos e técnicos, que seriam ideais para a pré-temporada. Tem o deslocamento, o cansaço, véspera de jogo não treina, tudo isso influencia. Agora que eles estão tentando entrar no ritmo acerto.
Começou mal porque é um time que só fez amistosos encarando equipes que já fizeram cinco, seis partidas valendo três pontos. Falta ritmo de competição para esse time. Antes de cinco jogos, qualquer juízo é precipitado e com grande chance de ser incorreto.
Foi um erro colocar o time A no Paranaense?
O erro é não colocar, é querer ser diferente e por o sub-23. Um time mediano como o Atlético tem que jogar o Estadual, é o único título que pode dar para a torcida e tem a obrigação de disputa-lo. Torcedor vive de fantasia, de resultado e título. A diretoria tirou isso do torcedor, o encantamento. Por isso estão vaiando a diretoria.
Não. Foi importante porque escancarou bem mais cedo um problema que podia estourar lá na frente, em uma competição nacional. O alerta veio mais cedo. Já teve ano que o clube teve a problema até a oitava rodada do Brasileiro, os jogadores estavam sem ritmo, e demorou para engrenar. Assim já fica exposto a necessidade de reformulação, de investimento, para que a campanha seja razoável no ano.
Não. Melhor sofrer agora com a falta de ritmo de competição do que no começo do Brasileiro, como foi em 2013. Com ritmo de competição, esse time deve voltar ao rendimento do Brasileiro de 2014, no qual passou sem sustos. O que não pode é carregar o sofrimento para o Nacional. Para isso, claro, precisará também de reforços.
Qual o peso da saída de jogadores como Marcelo para o momento atual?
Acabou o ataque do Atlético. Como vai querer arrumar o ataque com Cléo e Edigar Junio? É uma piada.
Pesa consideravelmente. O Marcelo era a válvula de escape nos momentos delicados. Quando as coisas apertavam, em momentos agudos, esticavam a bola para ele e o Marcelo resolvia na velocidade e no bom arremate a gol. Era o último que ainda restava com esse recurso. Com a saída dele e a falta de reposição, ficou um espaço vago. Hoje o Atlético não tem quem decida um jogo.
Depende de qual Marcelo estamos falando. O de 2012 e 2013 faz muita falta. Mas esse já estava com a cabeça fora do Atlético desde o meio do ano passado. Só de corpo presente, ele fez um segundo semestre fraco, só dois gols. Esse Marcelo do segundo semestre de 2014 não faz falta e é ingênuo acreditar que, se tivesse ficado, estaria jogando o que está jogando no Flamengo. Fora ele, saiu o Suéliton. Bom jogador, mas não se constrói um time em torno do Suéliton.
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