Esquecido no futebol português, volante Renan Teixeira espera recomeçar a carreira no Atlético sob o comando de Carrasco| Foto: Walter Alves/ Gazeta do Povo

Entrevista

Renan Teixeira (foto acima), volante.

Você chegou a um time que acabou de cair para a Série B do Brasileirão. Você sente que os jogadores já esqueceram isso?

O rebaixamento não foi esquecido e não será até a volta à Primeira Divisão. Vamos jogar a Série B, não tem jeito. Mas esse bom começo é importante para que a torcida veja que os jogadores estão querendo levar o Atlético para o seu lugar.

Para brigar pelo título do primeiro turno do Estadual o segredo é mesmo vencer os times do interior para chegar igual no Atletiba?

O ideal é isso, mas jogar fora de casa com os times do interior é difícil. Temos o nosso exemplo [2 a 2 com o Cianorte] e o Coritiba que empatou com o Londrina [1 a 1]. O calor tem atrapalhado muito. O ideal seria chegar à rodada contra o Coritiba sem perder pontos e ali decidir o turno. Sem, claro, esquecer do Cianorte.

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Com pouco mais de um mês no comando do Atlético, Juan Ramón Carrasco recebeu as mais diversas definições: ultraofensivo, corajoso, disciplinador, louco, professor Pardal... O treinador fez valer a fama de privilegiar jogadores polivalentes e acabou, sem querer, se tornando um "defensor dos excluídos".

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A terra arrasada que virou o Rubro-Negro após o rebaixamento em 2011 ajudou em certa medida. Jogadores que estavam à margem do time se viram, em pouco tempo, com o papel de protagonistas. Tanto os que tiveram poucas oportunidades no ano passado, quanto os que chegaram ao Furacão para renascer.

Estão nessa lista Bruno Costa, Bruno Furlan, Bruno Mineiro, Marcelo, Pablo, Renan Teixeira e Ricardinho.

Para Carrasco, o que importa é a disposição de jogar e ajudar, dedicando-se aos treinamentos e não tendo medo de acabar improvisado em outra posição. "Sempre digo que escolho de acordo com a desenvoltura de cada um e com isso os jogadores vão ganhando crédito", explica.

Exemplo é o atacante Pablo, transformado primeiro em lateral-direito e, amanhã, em volante. "Ele joga em qualquer posição, no ataque, na defesa e no meio. Tenho muita confiança nele", comenta. Da mesma forma o zagueiro canhoto Bruno Costa, que retornará pela terceira vez à lateral direita neste ano. "Não tenho nenhuma dúvida de que ele vai bem do mesmo jeito. Estou tranquilo", garante.

Com as oportunidades aparecendo, quem agradece são os próprios jogadores que antes estavam esquecidos. "Nós jogadores sempre queremos jogar e te­­mos de trabalhar para ajudar o Atlético. O estilo de jo­­go [do Car­­rasco] é bastante ofensivo e me ajudou por causa da minha característica [de velocidade]", disse o atacante Marcelo, após o jogo da última quarta-feira, quando marcou um gol na vitória sobre o Toledo. Ele não foi aproveitado no ano passado e acabou emprestado ao Vitória-BA.

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Esquecido no fu­­tebol português, o volante Re­­nan Teixeira chegou ao Furacão há duas semanas na esperança de recomeçar. E tem aproveitado – será titular amanhã. "Tenho muito ainda que melhorar, me readaptar e, principalmente, conhecer os companheiros. E isso é com o tempo. Acho que tenho feito jogos bons, mas ainda te­­nho muito para melhorar", reconhece.