| Foto: Josue Teixeira/ Jornal de Londrina

O Londrina entra em campo para salvar o interior do ostracismo e o Paranaense-2013 do marasmo.

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O Tubarão precisa vencer o Coritiba, hoje, no Couto Pereira, e contar com um revés do Atlético diante do Operário, no Germano Krüger – um empate, combinado a derrota rubro-negra, também serve. Nas duas hipóteses, conquista o segundo turno, vai à final do campeonato e evita que o torneio tenha o mesmo desfecho dos cinco últimos anos: os times do interior como meros espectadores da briga pela taça polarizada entre a dupla Atletiba. A rodada inteira, completada por mais quatro jogos, começa às 15h50.

A última vez que o interior protagonizou a disputa pelo título paranaense foi em 2007, ano de Paranavaí campeão após bater Coritiba (na semifinal) e Paraná (na final). Desde então, o troféu tem sido invariavelmente disputado entre a dupla Atletiba. A exceção foi o vice-campeonato do J. Malucelli, em 2009.

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Nos últimos cinco anos, não há polarização maior que a paranaense nos principais estaduais do país – aqueles com pelo menos um time na Série A do Brasileiro. Nesse período, somente o Baiano teve cenário similar: quatro títulos do Vitória, um do Bahia, quatro Ba-Vi na final e o Bahia de Feira como intruso apenas na edição de 2011.

Mesmo estados historicamente polarizados, como Rio Grande do Sul e Minas Gerais, tiveram variedade maior. Antes de decidir os três últimos estaduais em Grenal, o Internacional bateu Juventude (2008) e Caxias (2009) para ficar com a taça. No Mineiro, Ipatinga (vice em 2010) e América (vice em 2012) se intrometeram em uma briga geralmente exclusiva entre Cruzeiro e Atlético-MG.

Na via oposta, Santa Catarina experimenta nas cinco edições mais recentes ampla rotatividade: três campeões diferentes, nenhuma final repetida e cinco times se revezando entre a primeira e a segunda posições.

O Londrina demonstra força para romper o domínio da dupla Atletiba. Sua pior posição até aqui foi a quarta posição ao término da primeira rodada do returno. Detalhe: o clube estava empatado em pontos com os três times à sua frente. Foram ainda seis rodadas na liderança e outras dez em segundo lugar.

Regularidade que já garantiu ao Tubarão assegurar a melhor campanha geral do campeonato. Como bônus: segundo melhor ataque (43 gols), defesa menos vazada (12) e vice-artilheiro (Neílson, 12 gols). O clube ainda tem três dos quatro melhores borderôs da competição, incluindo o maior de todos: a decisão do primeiro turno, contra o Coritiba, que fez 29.116 pagantes e R$ 877 mil passarem pelas catracas do Estádio do Café.

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"E mesmo com tudo isso ainda podemos ficar fora da decisão", lamenta o gestor do clube, Sérgio Malucelli. O regulamento assinado por todos os clubes, inclusive o Londrina, prevê que a final oponha o campeão do primeiro turno (Coritiba) ao do segundo.

Elevados diante da média geral, os números do Londrina tornam-se ainda mais expressivos se comparados aos demais clubes do interior. O LEC supera seus similares em público (7.698 x 2.732, comparando as médias do Tubarão com a do campeonato), arrecadação (R$ 165,8 mil x R$ 46,3 mil), gols marcados (2 x 1 por jogo) e sofridos (0,6 x 1,5).

"Londrina é uma praça diferente, tem obrigação de apresentar um time à altura do porte da cidade. Mas certamente estamos fazendo coisas que servem de exemplo aos outros times do interior", diz Malucelli.

Entre esses exemplos, está o trabalho de montagem do elenco. Cláudio Tencati passou o segundo semestre do ano passado observando jogadores que hoje são protagonistas do time, como o meia Germano. Logo após o Estadual, peças-chave devem ser negociadas, casos do goleiro Danilo, do volante Bruno e do atacante Weverton. A reposição já está engatilhada para a disputa da Série D.

"Três ou quatro devem sair, mas a reposição será imediatada. Temos alguns já contratados, outros estamos negociando", avisa Malucelli. "Só espero dar a mesma sorte deste ano", brinca.

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