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Desistência do Paranistas do Bem aumenta a pressão sobre o presidente Rubens Bohlen para gerir a crise. | Antônio More 
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Desistência do Paranistas do Bem aumenta a pressão sobre o presidente Rubens Bohlen para gerir a crise.| Foto: Antônio More / Gazeta do Povo

O futuro do Paraná está exclusivamente nas mãos do presidente Rubens Bohlen. Graças à desistência oficial do projeto do grupo Paranistas do Bem de injetar R$ 4 milhões no clube em troca da saída do mandatário.

O Paranistas do Bem anunciou oficialmente a desistência do plano quinta-feira (19), em carta encaminhada aos conselheiros. O que isola ainda mais Bohlen na responsabilidade de apresentar uma solução para a crise financeira do clube. O dirigente promete entregar um projeto ‘salvador’ até 12 de abril.

Em dezembro do ano passado, exatamente por sugestão de Bohlen, o Tricolor antecipou para setembro as próximas eleições. Isso significa que o presidente agora tem aproximadamente seis meses para tentar mudar a arranhada imagem de sua gestão antes de começar a transição para a nova diretoria.

Enquanto o relógio corre, o presidente precisa agir para resolver os problemas do clube. Aumentar as fontes de receita, pagar salários (os atrasados variam entre três e seis meses), contratar jogadores para a Série B e, principalmente, evitar que o cenário de incerteza visto nos últimos anos continue por mais uma temporada.

“O presidente disse que apresentaria um projeto em 30 dias. Até que provem o contrário, temos que confiar”, fala o presidente do Conselho Consultivo, Benedito Barboza.

“O que não dará para admitir é que depois do prazo nada aconteça. A responsabilidade dele aumentou substancialmente. Ele tem de obrigatoriamente trazer um projeto para não revivermos as cenas do passado”, completa Barboza.

De acordo com Leonardo Oliveira, conselheiro e um dos líderes do Paranistas do Bem que, junto com o empresário Carlos Werner, geria o CT do Ninho da Gralha, a lentidão do presidente fez com que o projeto fosse inviabilizado. “Ante à indefinição do presidente, oportunidades já estão sendo perdidas e parceiros já estão declinando nosso convite, o que motiva alteração substancial nas condições anteriormente apresentadas”, diz o grupo na carta enviada aos conselheiros.

Apesar de desejar sorte ao dirigente, o receio do grupo é maior. Se não tiver as contas em dia, agora o Paraná pode pagar com pontos perdidos. “A presidente Dilma assinou a regulamentação que diz que o time não consegue entrar no campeonato devendo”, alerta Oliveira.

Procurado pela reportagem, Bohlen não atendeu aos telefonemas nem respondeu as mensagens.

“As condições que se apresentam e o escasso tempo para a montagem de um elenco forte e comprometido, capaz de levar o time ao primeiro escalão nacional, fazem com que este Grupo, pelo bem maior que é a instituição Paraná Clube, retire o Projeto apresentado, por entender que não terá condições de implementar na sua totalidade, com condições de garantir o sucesso ao final do ano de 2015”, diz a carta.

O presidente Rubens Bohlen, considerado o obstáculo para o sucesso do projeto do “Paranistas do Bem”, havia pedido 30 dias para apresentar uma saída para o clube. Mesmo pressionado, manteve a posição que culminou no afastamento do grupo formado por investidores e ex-presidentes do Tricolor.

O grupo já havia começado a trabalhar paralelamente, mas sem ter acesso direto ao elenco e à comissão técnica, não conseguiu adiantar o projeto.

No fim da carta, o Paranistas do Bem desejam sucesso a Rubens Bohlen e garantem que “certamente continuaremos a apoiar e torcer pelo clube como paranistas que somos”.

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