No CT do Caju, há quem garanta a existência de dois Harrisons. Com a bola nos pés, o meia que está se acostumando com a titularidade no Atlético é solto e quase exibido na base rubro-negra, foi apelidado de "Marrento". Bem diferente é o comportamento dele quando não está em campo, de uma timidez incorrigível.
O contraste tem explicação. Desde os 12 anos, Harrison só pensa em jogar bola. Foi com essa idade que o jogador deixou a família e desembarcou no Furacão, em 2004, vindo de uma escolinha de Santa Fé, cidade no Norte do Paraná.
"Ele chegou com aquele jeito de menino do interior. Muito calado. No começo, a comunicação era difícil", recorda o técnico Marquinhos Santos, que recebeu Harrison em Curitiba, no Atlético o treinador depois passou pelo rival Coritiba e hoje comanda a seleção brasileira sub-17.
Sete anos depois, a impressão sobre a personalidade do menino longe dos gramados é a mesma. "O Harrison é um garoto bom, mas muito tímido ainda, até porque só tem 19 anos. Estou sempre tentando orientar nesse amadurecimento no futebol", conta Paulo Baier, 37 anos, o mais experiente do elenco rubro-negro.
Diante disso, o meia-cancha praticamente não concedeu entrevistas desde que subiu para o time profissional, no início da temporada. E, mais recentemente, a diretoria do Furacão resolveu "blindar" o jogador do contato com a imprensa. Em fevereiro, Harrison renovou o contrato com o clube, até 30 de novembro de 2015. Os direitos federativos dele são do Atlético.
A mesma concordância surge quando o assunto é a categoria de Harrison. "Ele tem um futuro imenso", diz Baier. "Desde moleque já era possível enxergar algumas características que só os craques têm, como a grande habilidade. E ele tem tudo para confirmar isso", completa Santos.
O técnico Juan Ramón Carrasco parece concordar. Das 17 partidas da equipe principal em 2012, Harrison atuou em 15, sendo 10 como titular e cinco vindo do banco de reservas. Fez quatro gols, chutando com a direita, com a esquerda para ele tanto faz.
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