Carlos Werner foi o principal articulador do grupo que pedia a saída do presidente Rubens Bohlen. Comandante das categorias de base até semana passada, o empresário do setor imobiliário encabeçou o grupo “Paranistas de Bem”, que deu sua última cartada para emplacar o projeto de recuperação do clube na terça-feira (10), em reunião do Conselho Consultivo. Bohlen recusou deixar a presidência – condição imposta pelo grupo – e Werner agora volta à arquibancada para torcer pelo Paraná. “Cabe a ele [Rubens] futuramente apresentar novos projetos e que nosso time possa seguir em frente”, disse, em entrevista à Gazeta do Povo.
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Como você vê a decisão do presidente de permanecer no cargo?
O nosso grupo deseja muito sucesso porque nós somos paranistas. Ele pode não ter o apoio em todas as decisões, como gestor nenhum vai ter. Mas ele tomou essa decisão de concluir o mandato dele e nós, como paranistas, vamos estar no estádio amanhã [quarta-feira] torcendo pelo Paraná.
Não existe possibilidade de entrar com o projeto com o presidente no cargo?
O nosso projeto foi escrito com muito cuidado no sentido de credibilidade. Nós não achamos que o presidente não tenha crédito, nós não achamos que o Rubens, como pessoa física, não é honesto. Não é isso que nós estamos discutindo. Agora, o Paraná perdeu muito crédito. Acreditamos no fato novo que seria uma nova gestão para resgatar a credibilidade no nosso estado.
Mas mesmo assim, não há uma possibilidade de união?
No dia de hoje ele contrapõe o projeto. Mas o Paraná tem de aprender a lavar a roupa suja dentro de casa. Ninguém vai combater o presidente. Ele já tem uma meta muito dura, de manter o Paraná em pé, honrar os seus compromissos. Já é uma meta muito difícil. Não cabe a outros paranistas contrapor as ideias dele. Nós temos de torcer pelo sucesso do Paraná.
Como você vê o futuro dessa gestão?
Eu acredito que o Rubens precise de novas ideias. Trouxemos uma que não foi apoiada. Torcemos para que amanhã [quarta-feira] à tarde tenha outra. Não desse grupo, que não teve apoio. Mas espero que tenham muitas outras ideias que venham de clubes parceiros, co-irmãos, que possam trazer força, patrocínio. Como paranista, sócio, conselheiro, todos que estavam aqui dentro hoje tinham um único fim e esse fim não era a renúncia do Rubens. Era o crescimento do Paraná.
A recusa do projeto é exclusivamente de Rubens Bohlen?
Nos entendemos que sim. Ele deve ter vários projetos em andamento, deve ter avaliado a parte financeira, a torcida, muita coisa para chegar nessa conclusão de que não vale a pena o projeto. Nós queremos sempre que haja um continuísmo daqui para frente. Que se entrasse um novo grupo gestor, esse grupo tivesse um novo líder, que aqueles que trabalharam três anos aqui dentro não se afastassem. Tem muita coisa acontecendo, andando. Agora cabe a ele [Rubens] futuramente apresentar novos projetos e que nosso time possa seguir em frente. Desejamos sucesso ao Rubens, a esse grupo gestor. Não tem mágoa, não tem ressentimento, não tem inimizade. Só não foi aprovado. Saio de cabeça em pé torcendo pelo Paraná.
Acredita que exista a possibilidade do Paraná acabar?
Eu não acredito que o Paraná vai acabar. Eu acredito que vai ter dificuldades de honrar os seus compromissos. O Paraná tem patrimônio, mas tem de tomar cuidado com a sua administração a cada dia que passa. Tem muita gente que ama o Paraná e faz o projeto com muita dignidade, com muito respeito. Era uma reunião para o presidente apoiar ou não o projeto. Ele não acatou. Saímos daqui como bons paranistas, sabendo que ele é um homem amante do Paraná. Que ele tenha novos projetos e seja feliz.
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