Morreu, ontem, aos 83 anos, Hideraldo Bellini, ex-zagueiro da seleção brasileira, capitão do time de 1958, primeiro atleta nacional a receber a Taça Jules Rimet. Bellini, que lutava contra o Mal de Alzheimer há 10 anos, e que encerrou a carreira no Atlético, clube que defendeu por um ano e meio, morreu em São Paulo, vítima de parada cardíaca.
Confira algumas fotos de Bellini no Atlético
Ao receber a taça, após a vitória de 5 a 2 sobre a Suécia, Bellini eternizou um gesto que passaria a ser copiado em todas as premiações: o de erguer o troféu sobre a cabeça. A cena virou estátua em uma das entradas do Maracanã.
Bellini, nascido em Itapira, no interior de São Paulo, defendeu apenas três clubes na carreira, sendo ídolos em todos. O zagueiro defendeu o Vasco, onde conquistou os principais títulos, o São Paulo e o Atlético, onde se aposentou.
No Furacão, ele chegou em 1968, na equipe montada pelo presidente Jofre Cabral, que trouxe vários jogadores de nível de seleção brasileira. "Foi uma revolução no futebol paranaense, que era semiamador. O Atlético tinha caído para a Segundona Estadual, virou a mesa e o presidente Jofre Cabral resolveu investir para motivar a torcida e justificar a permanência", contou o jornalista e colunista da Gazeta do Povo, Carneiro Neto, que virou amigo de Bellini ao cobrir o Furacão como repórter das rádios Guairacá e Clube.
Conhecido pelo estilo viril e pela seriedade em campo, Bellini era, entre amigos e nos treinos, bastante descontraído. "Foi uma figura de destaque pela elegância, caráter e personalidade", resumiu Piazza, campeão mundial em 1970.
A passagem dele pelo Rubro-Negro durou um ano e meio, terminando após o Paranaense de 1969, quando pendurou as chuteiras. "Era um grande amigo. Era um sujeito brincalhão, sempre de bem com a vida. Tinha muita liderança e tranquilidade e dava muitos conselhos", relembrou o ex-atacante e atual comentarista de rádio Barcímio Sicupira, que chegou ao Atlético no segundo semestre de 1968 e atuou por alguns meses com o zagueiro.
"Era incrível a humildade que tinha. Todos gostavam dele e era muito engraçado, sempre com uma piada. Ele tinha muita competência e impulsão. Era muito rápido e usava a força sem ser desleal", afirmou Alfredo Gottardi, que se consagrou no Atlético principalmente como zagueiro, mas, na época que Bellini atuou no clube da Baixada, ainda era volante.
A passagem de Bellini entre as estrelas atleticanas no fim dos anos 60 causou furor na cidade. Os treinos na Baixada, que tinha capacidade para 12 mil pessoas, recebia cerca de 3 mil torcedores nas atividades. "Era um grande ídolo da torcida e era sempre parado para dar autógrafos na rua", disse Carneiro Neto.
A despedida, em um amistoso contra o Santos, na Baixada, no dia 20 de julho de 1969, foi lembrada como o maior dia da história do rádio paranaense por Carneiro Neto.
"De manhã, na Clube, fizemos um jogo de uma excursão do Coritiba na França, contra o Red Star. Depois, fizemos a despedida do Bellini, que era também a do [goleiro] Gilmar, do Santos. Mais tarde, fizemos um jogo da seleção brasileira no Paraguai. Fechamos em cadeia com a rádio Voz da América com a chegada do homem na Lua", relembra.
O enterro de Bellini será hoje em Itapira, interior de São Paulo.
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