No rico e vasto painel humano do futebol um dos personagens mais admirados, celebrados e respeitados em todos os tempos é o brasileiro Djalma Santos.Amado como ser, exaltado como atleta, idolatrado como craque e eternizado como grande campeão pelas equipes e seleção que defendeu ao longo de sua extensa e virtuosa carreira ele entrou para a história como Djalma de todos os Santos.
Dentre tantos feitos extraordinários, aquele que mais o destacou foi, a meu ver, a sua eleição como o melhor lateral direito da Copa do Mundo de 1958. Extraordinário porque o titular da posição vinha sendo Nilton De Sordi que se lesionou na partida semifinal em que o Brasil goleou a França e credenciou-se para a finalíssima com os donos da casa em Estocolmo.
Escalado para jogar a decisão do titulo mundial frente a Suécia, Djalma Santos revelou toda a sua enorme categoria técnica, experiência e, sobretudo, inigualável talento individual ao ser eleito pela crítica internacional o melhor jogador da posição em todo o torneio.Ou seja: em apenas 90 minutos, ele realizou o que milhares de jogadores jamais conseguiram na carreira inteira.
Bicampeão mundial pela seleção brasileira e com diversos títulos defendendo a Portuguesa, o Palmeiras e o Atlético Paranaense, o Lord, como era chamado pelos cronistas e companheiros da época, distinguindo-se pela elegância dentro e fora de campo, e pela nobreza pessoal, foi o maior de todos os alas direitos do país. Com menção honrosa a Carlos Alberto Torres, Leandro e Cafu que deixaram marcas indeléveis atuando pelos clubes e pela seleção brasileira.
Djalma Santos foi um jogador completo, pois ao mesmo tempo em que proporcionava espetáculo e realizava jogadas de puro malabarismo com a cabeça e com os pés, destacava-se pela eficiência como marcador implacável e como apoiador de largos recursos técnicos.
Sem esquecer de sua característica peculiar nos arremessos manuais em que colocava a bola onde queria, mesmo em lançamentos de longa distancia na cobrança de laterais.
Também foi um atleta perfeito no aspecto físico, tanto que jogou profissionalmente até os 40 anos sagrando-se campeão paranaense vestindo a camisa rubro-negra número 2 do Furacão na conquista de 1970.
Tive o privilégio de vê-lo treinar e jogar ao mesmo tempo em que convivi com esse admirável personagem do esporte mundial, sempre alegre e feliz com a vida.