Atlético, Coritiba e Paraná, os três principais clubes do estado, administram uma estreita relação de parceria com as torcidas organizadas. Subsídios, elogios declarados, parceria e reaproximação marcaram a ligação entre facções e equipes da capital nesta temporada.
Última protagonista de barbárie, na briga generalizada com rivais vascaínos (em 8/12), a atleticana Os Fanáticos era vista até então como aliada da gestão rubro-negra. Em 23 de junho, por exemplo, o Furacão publicou uma nota parabenizando a organizada por evitar manifestações contra a Copa em frente à Arena da Baixada. "A presença e o comportamento dos Fanáticos com desprendimento, disposição e amor coibiu e protegeu o patrimônio atleticano de um ataque sem precedentes", destacou o clube.
Antes da atual gestão, o relacionamento era mais distante. "Eu não tenho a menor dúvida de que a relação entre torcida organizada e diretoria do clube é maléfica. Nunca tivemos membros da torcida no clube", citou o ex-presidente rubro-negro Marcos Malucelli. Hoje, há representantes da uniformizada com poder de voto no conselho deliberativo rubro-negro.
Inquilina por mais de uma década do Alto da Glória, a Império Alviverde foi despejada há quatro anos após promover a pior batalha vista dentro de um campo de futebol, em 2009. O racha com a direção coxa-branca incluiu a proibição de qualquer referência à uniformizada nos jogos do clube. Três anos depois, a reaproximação foi conduzida por um dos principais personagens do tumulto de 2009: Reimakler Alan Graboski, hoje presidente da maior facção coxa-branca (leia mais ao lado).
"Quando afastamos a torcida organizada, o momento e visão daquela diretoria eram diferentes. Hoje a visão é outra. Temos um ajuste de conduta, com direitos e obrigações. Não temos relação financeira, não temos relação de ajuda nenhuma com ingressos e privilégios. Isso foi fundamental para que déssemos exemplo. Não tivemos nenhum incidente nos jogos do Coritiba dentro do Couto Pereira desde então", afirma o presidente do clube, Vilson Ribeiro de Andrade, presença ilustre na festa de aniversário da organizada em outubro de 2012.
Em permanente crise financeira, o Paraná viveu uma situação emblemática este ano no envolvimento com a uniformizada. Com R$ 50 mil, a Fúria Independente chegou a estampar a marca na camisa do clube. "Eles também ajudaram a encontrar outros apoiadores", explica o vice-presidente paranista Luiz Carlos Casagrande. "Vai além da questão financeira. Há uma mensagem passada a todos os nossos torcedores. São eles que podem fazer a diferença. Cada ajuda é importante", pondera o diretor de marketing tricolor Christian Knaut.
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