A defesa do vereador Jorge Bernardi (Rede Sustentabilidade) de que a prefeitura de Curitiba deveria conceder cerca de R$ 400 milhões a Coritiba e Paraná em títulos de potencial construtivo – crédito virtual concedido pela prefeitura para se construir imóveis de tamanho acima do estabelecido pela legislação municipal – foi objeto de debate entre Bernardi e o também vereador Felipe Braga Côrtes (PSDB), na Câmara Municipal, na manhã desta quarta-feira (21).
Braga Côrtes aproveitou que os vereadores discutiam projetos para a revisão do plano diretor da cidade para criticar a proposta de Bernardi. Segundo Braga Côrtes, por se tratar de recurso público, os títulos de potencial construtivo deveriam ser utilizados em áreas mais importantes da sociedade.
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“Temos de comentar o que está acontecendo. Potencial construtivo não é um dinheiro virtual. Ele se torna público a partir do momento em que é depositado pelo empresário que irá comprar o título”, defende Braga Côrtes, para quem o próprio dinheiro que foi investido na Baixada para a Copa de 2014 poderia ter sido melhor utilizado pela administração municipal.
“A prefeitura já repassou em torno de R$ 25 milhões para a Fomento Paraná. Esse dinheiro estaria nos cofres públicos para investimento em áreas mais importantes, como desapropriações, escolas e creches, por exemplo”, prossegue o vereador, que não vê nenhuma possibilidade de o projeto de Bernardi ser aprovado.
Bernardi, por outro lado, reforçou a tese de que, por uma questão de isonomia, Coritiba e Paraná têm direito ao mesmo valor concedido ao Atlético em títulos de potencial construtivo. O vereador garante que não descarta colher assinaturas da população para formular um projeto de iniciativa popular neste sentido.
“Ele [Braga Côrtes] torce para o Coritiba e deve ter algum problema pessoal com o [presidente do Atlético, Mario Celso] Petraglia, isso eu deduzo, para o tempo todo bater nessa questão”, rebate Bernardi, para quem o uso de potencial construtivo serviria para preservar um ‘patrimônio imaterial da cidade’, que seriam seus clubes de futebol. “Achei que o potencial construtivo foi uma postura inteligente da cidade na situação da Copa do Mundo. Agora temos de prezar pela paridade. O Município não vai perder nada com isso”, reforça.
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