Atacante Zé Love foi à Justiça e pede R$ 700 mil de salários atrasados de período em que defendeu o Coritiba.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

O atacante Zé Love, que defendeu o Coritiba em 2014, cobra R$ 700 mil do clube na Justiça. O valor é referente a dois meses de salários atrasados, mais 13.º salário e Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) relativo ao segundo semestre do ano passado.

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A primeira audiência do caso de Love, realizada segunda-feira (18) e sem acordo entre as partes, representa a ponta de um iceberg repleto de processos trabalhistas aguardados no Alto da Glória: entre remanescentes e dispensados, o Coxa tem pendências com quase todos os atletas que tinham contrato com o clube até o fim de 2014.

Um relatório elaborado ainda no ano passado pela atual gestão comandada pelo presidente Rogério Bacellar, então na condição de chapa oposicionista a Vilson Ribeiro de Andrade, aponta que o clube terminou 2014 devendo para atletas profissionais o total de R$ 2,9 milhões em salários, R$1,7 milhão em 13.º salários e R$ 152 mil em férias.

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A situação de Love, aliás, é a mesma do restante dos jogadores do ano passado. Após a faixa de protesto carregada pelo elenco antes do clássico com o Atlético, no Couto Pereira, em outubro, o então presidente, Vilson, adiantou verbas de tevê para quitar os vencimentos atrasados. Mas somente até outubro. Os meses de novembro e dezembro, mais 13.º e FGTS, não foram acertados.

Entre novembro e dezembro de 2014, os contratos de 33 jogadores chegaram ao fim. A maioria não permaneceu. Este grupo representava custo de R$ 1,8 milhão mensal ao Coxa.

Ainda segundo o relatório da chapa de Bacellar, somente ao longo da temporada passada, o Coritiba sofreu 29 novos processos na área trabalhista. Nove deles de funcionários terceirizados e 20 de ex-funcionários. Das pendências do futebol, o relatório cita três de valor expressivo com risco provável de execução: R$ 4 milhões para Lincoln; R$ 5 milhões para Deivid; e R$ 1,2 milhão para Bottinelli.

O atual presidente, Bacellar, em entrevista exclusiva à Gazeta do Povo, na última quinta-feira (14), falou sobre o assustador cenário. “Temos vários atletas que foram dispensados antes de assumirmos. Até médicos e pessoas da comissão técnica, que entraram com ações. Em alguns casos, nem pudemos iniciar negociação”, admite.

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“Estamos deixando a coisa correr porque temos de ter fôlego para fazer o acordo. Estamos trabalhando no sentido de, quando uma pessoa for dispensada, termos caixa para pagá-la”, prosseguiu o mandatário que, antes de receber a equipe de reportagem, teve reuniões com o zagueiro Leandro Almeida, remanescente, e o meia Lincoln, que já deixou o clube, em seu escritório, exatamente para tratar das pendências de 2014.