Antes de Operário e Coritiba começarem a disputa pelo título estadual, a torcida do Fantasma ressaltava a importância de ter um calendário cheio para 2014, disputando a Série D do Brasileirão e a Copa do Brasil do ano que vem. Depois do resultado, porém, o discurso mudou e o olho cresceu para cima da taça.
Não é para menos. A vitória por 2 a 0 encheu o ‘Trem Fanstasma’ de otimismo pelo primeiro título da história do clube em pleno Couto Pereira, no próximo domingo.
O bancário Guilherme Custódio, 26 anos, reforçou o que tem sido comum nas ruas de Ponta Grossa. “O Operário em boa fase é bom para cidade também. Temos um projeto agora, que é chegar a Terceira Divisão”, disse. Para ele, o calendário estabelecido pela boa campanha no estadual é o mais importante, mas os dois gols deste contra o Coxa fizeram o torcedor encarar a final com uma expectativa ainda mais positiva. “Essa semana demorou a passar. Queremos o título”, afirmou.
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Para o médico Renato Babach, 45, que foi a todos os jogos do time de Vila Oficinas neste ano, a partida contra o Paraná, nas quartas de final, havia sido a mais emocionante. Até esse domingo. “Temos que pensar em tudo. Ganhar o campeonato é importante, assim como ter um calendário”, vibrou.
O professor Samuel Ribas, 46, resumiu o sentimento do torcedor. “No começo não acreditávamos, mas chegou um time forte, que foi construindo a campanha. Até o número de sócios tem crescido. Ponta Grossa é uma cidade apaixonada por futebol. Por isso, ter jogos depois do Paranaense é importante”, ressaltou.
Entre janeiro e o fim abril o Operário passou de 500 para quase dois mil associados.
Nem ‘ingresso gourmet’ desanima torcida do Fantasma
A união em volta do clube de coração – que não chega à final estadual desde 1961 – marcou o retorno do Fantasma na partida contra o Coritiba. O clima entre torcedores era de apoio incondicional ao segundo time mais antigo do estado. O preço do ingresso (vendido a R$ 100) virou motivo de brincadeira, mesmo sob protesto.
Vários dos torcedores classificaram a entrada como “ingresso gourmet”, uma alusão ao termo da moda usado para melhorar imagens de restaurantes caros. Ao som de “Olê-Lêo-Opeee-rá-rio”, os fãs enfrentaram o preço, o calor e as filas para ver o time vencer o favorito ao título.
“O preço está alto mas para ajudar o Operário está ótimo”, disse o médico Renato Barbach.“Há quanto tempo o Operário não chega à final? Por isso, pagar tudo isso vale a pena”, garantiu o engenheiro Victor Meira, 31 anos, que transformou a ida ao Germano Krüger em programa de família com a namorada Camila Rosa, 29, e o sobrinho João Meira, 7.
Ao final do jogo, com gritos de “eu acredito”, Ponta Grossa demonstrou o que espera do segundo jogo decisivo, em Curitiba.
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