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Coritiba e Atlético fazem neste domingo, às 16 horas, o duelo mais elitista do Brasileirão 2013. Com agressiva campanha de sócio-torcedor, os dois clubes são os campeões do preço alto na venda de ingresso avulso ou de bilheteria.

INFOGRÁFICO: Veja os valores aplicados pelos clubes para o ingresso avulso

Para entrar no Alto da Glória, o torcedor terá de desembolsar, no mínimo R$ 47 – valor para meia-entrada na arquibancada. Se a partida fosse de mando do Atlético, o custo mínimo seria de R$ 75.

O Coxa colocou ontem à venda um primeiro lote pela internet. Hoje pela manhã abre o atendimento presencial para os interessados, em uma das bilheterias do estádio alviverde. O valor de arquibancada para o não sócio é R$ 95.

Na prática, a lógica dos rivais paranaenses não está surtindo o efeito de arrecadação. A taxa de ocupação no Alto da Glória é de 44,5% neste Nacional. No caso do Furacão, o número fica em 42% – considerando que o clube jogou em três praças com capacidade distintas: Vila Olímpica, Arena Joinville e Vila Capanema.

No total, o Coxa comercializou 2.425 ingressos avulsos, sem contar os visitantes – nesse caso o número sobe para 2.924. O Rubro-Negro viu 1.016 torcedores comprarem bilhetes. Quando acrescentado o visitante, o total dispara para 6.398 devido ao jogo em Joinville contra o Flamengo. A torcida adversária, aliás, foi maioria na cidade catarinense (4.785 diante de 4.201).

"A maioria dos clubes justifica a elevação agressiva do preço dos ingressos como uma tentativa de fazer com que o torcedor opte por planos sócio-torcedor. Esquecem que ele tem uma terceira opção: não ir ao jogo. A contar pelo público nos estádios, é essa opção que tem escolhido. Elevar os preços é trocar um torcedor de menor renda por um espaço vazio", avalia o economista e diretor da Pluri Consultoria, Fernando Ferreira.

A opinião do economista é embasada na pesquisa que a Pluri divulgou na quarta-feira, que aponta queda de público do Campeonato Brasileiro.

Entre 2011 e 2012, houve uma diminuição de 13% na média de torcedores nos estádios. A competição do ano passado teve índice de 12.971 pessoas por jogo (contra os 14.897 pagantes por partida em 2011). A cada 100 lugares nos estádios, 62 ficaram vazios.

O campeonato nacional do Brasil atraiu menos torcedores aos estádios que países com menos tradição no futebol, como a Austrália (12.991 torcedores/jogo) e Japão (16,4 mil torcedores/jogo). Até a sexta rodada deste Brasileirão, 11,2 mil pessoas compareceram aos estádios em média.

Segundo o diretor de marketing e negócios do Coritiba, Paulo Cesar Verardi, essa realidade é necessária para permitir ao clube competir financeiramente em igualdade com outras agremiações. "Nenhum clube tem uma fórmula mágica que permita a manutenção da competitividade com preços irrisórios para acesso ao estádio", defende. No caso do Coxa, os associados são a segunda principal receita e que deve ultrapassar as cotas de televisão em breve. Para não afastar o torcedor de ocasião, o Alviverde aposta no plano de R$ 9,90 mensais com desconto de 50% nos ingressos.

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