Já “eliminados” do Coritiba, o ex-diretor de futebol Valdir Barbosa (esq.) e o ex-técnico Gilson Kleina (dir.), posam ao lado do presidente Rogério Bacellar.| Foto: /

Após a derrota para a Chapecoense, na quarta-feira (1.º), a torcida do Coritiba gritou “fora, Bacellar” nas arquibancadas. Por causa do momento do time, o alvo dessa fúria, o presidente do clube, Rogério Bacellar, classifica a insatisfação como natural.

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O revés deflagrou ainda a demissão do técnico Gilson Kleina. Situação que, aliada às críticas contra o mandatário coxa-branca, escancara a crise instaurada no Alto da Glória. Um dia antes de Kleina, havia sido a vez do diretor de futebol, Valdir Barbosa, deixar o clube. Diante deste cenário de incertezas, Bacellar passa a limpo a situação do Alviverde em cinco perguntas. A pedido do presidente, a entrevista abaixo, em formato de tópicos, foi concedida via e-mail.

Diretor

Gazeta do Povo: Após a demissão de Valdir Barbosa, o primeiro desafio do senhor é definir o novo ‘homem do futebol’ no Coritiba. Qual o perfil sendo buscado? [Na quinta-feira (2), René Simões confirmou ter recusado um convite para o cargo].

Rogério Bacellar: Procuramos um profissional jovem, com características modernas, que saiba trabalhar com as categorias de base e que entenda a nossa política financeira. Não iremos trazer profissionais caros, que fujam da nossa política atual de controle de gastos, que hoje é a nossa prioridade.

Política

Em sua saída, Barbosa argumentou que a política interna do clube às vezes atrapalha o departamento de futebol. Como controlar as diferentes correntes e opiniões que existem no Coxa para que não interfiram no futebol?

Esta dinâmica de política de clubes não é exclusividade do Coritiba. Faz parte da cultura do nosso futebol. Os clubes têm um modelo de governo político, com eleição e formação de grupos de governo. Em nosso caso, damos abertura às pessoas. É preciso aceitar nossa escolha.

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Ausência

Após o duelo com a Chapecoense, coube ao vice-presidente José Fernando de Macedo dar entrevista, pois o senhor estava viajando a serviço do clube. Como evitar que esta situação chegue até a torcida como uma ausência do presidente em momentos importantes?

As decisões tomadas pela diretoria administrativa são colegiadas. Há espaço para debates, todos opinam e tomamos as decisões conjuntamente. Para o trabalho diário, temos profissionais que respondem por suas áreas. Cabe à diretoria fiscalizar, acompanhar e cobrar

Recursos

Como tem sido administrar um clube com falta de recursos? Como fazer para montar um elenco qualificado diante desta condição?

O problema do Coritiba não é tanto a falta de recursos. O grande problema é a dívida milionária que só aumentava [segundo o último balanço do clube, está em R$ 226 milhões]. Administrar sem responsabilidade com o futuro do clube seria fácil, apenas contratar e aumentar a conta. Pegamos um caminho diferente. Hoje, corremos um risco calculado para assegurar vida longa ao Coritiba.

Libertadores

No lançamento da nova linha de camisas do clube, em maio, o senhor prometeu o Coritiba na luta por uma vaga na Libertadores. Por outro lado, após a derrota para a Chape, o vice-presidente Macedo afirmou que o objetivo é evitar o rebaixamento. Quem está certo?

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Ainda que eu deseje o melhor para o clube, nunca escondemos que nosso momento é difícil, pois a bandeira que levantamos foi de tornar o Coritiba administrável do ponto de vista financeiro. E isto está sendo feito.