Dois jogos separam o Coritiba da chance de retomar a hegemonia estadual e alguns jogadores de alcançarem a redenção pessoal. Se passar pelo Operário, quase metade do time alviverde brindará com a taça a superação do descrédito, da falta de espaço e das próprias limitações físicas. Da defesa ao ataque, a campanha alviverde foi construída com exemplos de resgate individual.
O “bonde da redenção” pode muito bem ser encabeçado pelo volante João Paulo. Dezessete anos depois de Sandoval, último atleta a trocar um rival pelo outro, em 1998, ele cruzou a fronteira mais delicada do futebol paranaense. Saiu do Atlético, para quem torcia na infância, para pisar em um terreno minado pela desconfiança e impaciência da torcida.
Não se arrepende. “Foi complicado no começo. Mas a diretoria, o grupo, todo mundo me acolheu e a torcida também. Para mim esse título vai ser mais especial. Eu estava aqui [no estado] e não jogava o Paranaense. Estou muito feliz”, admitiu o jogador, que quando estava do outro lado apenas assistia ao time sub-23 na disputa local.
O volante deixou o Rubro-Negro de maneira nebulosa, sendo preterido não pelo técnico, mas pela diretoria. No Alviverde, disputou 14 dos 16 jogos na temporada e espera contribuir na final de domingo (26) com um de seus trunfos: a bola parada, cuja precisão o ajudou a ser “aceito” no Coxa. “Treinamos sempre. Tem dias que só fazemos isso. É uma boa alternativa para o jogo contra o Operário”, diz.
Quem também chegou para dar uma guinada na carreira foi Negueba. Após conviver com a perseguição dos flamenguistas, o atacante conquistou com disposição e irreverência a trégua que precisava para se firmar. Virou xodó da torcida, carinho que ele quer retribuir com o título paranaense.
A conquista terá um sentido diferente até para quem já era da casa. Após anos à sombra de Vanderlei, Vaná assumiu a meta e é o único a ter atuado em todas as partidas sem ser substituído: são 1.440 minutos, com oito gols sofridos. Sucesso que o fez ser requisitado para ações de marketing .
O mineiro Leandro Almeida quase voltou para Belo Horizonte no começo do ano. Indicado por Marcelo Oliveira, a diretoria do Cruzeiro procurou direto o jogador, criando um mal-estar. O acordo não deu certo e, ao contrário de um possível desânimo, o zagueiro assumiu a braçadeira de capitão e tem até três gols marcados.
No ataque, Rafhael Lucas, respondeu com 12 gols a toda a falta de espaço que fez o prata da casa rodar por empréstimo nos últimos anos. A badalação foi interrompida por um desconforto muscular no momento decisivo – ele não treinou nesta semana e pode dar espaço a quem lhe abriu o caminho para o sucesso.
Cotado como titular na pré-temporada, Keirrison, reencontrou os problemas musculares de sempre. Mas voltou na última rodada com direito a passe para gol e a chance de aclamação na grande final de 2015.
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