No Coritiba há cinco anos, Geraldo se tornou o pesadelo dos atleticanos nos clássicos| Foto: Henry Milléo / Gazeta do Povo

Já são quase cinco anos de Geraldo, 21 anos, no Coritiba. Nesse período, o angolano conquistou o status de ‘carrasco do Atlético’, com gols decisivos em quatro clássicos, sendo três finais de Paranaense. No último, o status ganhou mais força: o 1 a 0 de domingo devolveu ao Coxa a liderança isolada do Brasileirão. Mas o que pouca gente sabe é que por pouco o atacante não teve a própria Arena da Baixada como destino antes de se tornar xodó alviverde.

CARREGANDO :)

A negociação passou pelo empresário Nadim Andraus Filho, que agora é cogitado para assumir a vice-presidência de futebol do Furacão e que desde abril mantém uma parceria para revelar jogadores com o time da Baixada. "Cheguei a oferecê-lo antes para o Atlético. Toda vez que ele marca gol no clássico me liga para tirar sarro", conta Andraus.

Geraldo chegou ao Alto da Glória pelas mãos do técnico René Simões. O treinador trouxe o africano do Rio Claro (SP), após a disputa da Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2009. De lá para cá, o atacante vem lutando contra as pechas de ser ‘apenas driblador’ e de ‘jogador de segundo tempo’, e agora luta pela titularidade. E, na opinião de seu "descobridor", está no caminho certo.

Publicidade

"Antes ele driblava e driblava. Era capaz de driblar ele mesmo. Hoje ele tem mais noção de espaço, sabe onde está, o que fazer, é muito legal vê-lo. É bem interessante esse amadurecimento", orgulha-se Simões.

Após um período de preparação no CT da Graciosa, coube a Ney Franco lançá-lo no time titular do Coritiba, em 2010. Depois o jogador passou por Marcelo Oliveira, que o emprestou ao Paraná, em junho do ano passado.

"É um atleta jovem, sem uma formação de base consistente. Ele precisava passar por experiências para crescer como pessoa e atleta. A ideia foi essa e acredito que foi importante para ele", comenta Oliveira, agora treinador do Cruzeiro.

Só que a mudança do Alto da Glória para a Vila Capanema não foi fácil. Mas o jogador reconhece que foi importante. "Foi difícil, mas no futebol temos de conviver com esse tipo de situação. Chegamos a um consenso [com Oliveira e o superintendente do Coritiba, Felipe Ximemes], e era o melhor a ser feito para o meu futuro", analisa Geraldo, que recentemente renovou com o Alviverde por mais dois anos.

Hoje Geraldo se vê mais versátil em campo. Os números dele no Brasileirão refletem isso. Além de ser o principal driblador do time – mesmo com apenas três jogos como titular e um como substituto –, ele tem ajudado também os jogadores de meio de campo na marcação. Tanto que, tirando os defensores, é o principal roubador de bola, com quatro desarmes completos e cinco incompletos.

Publicidade

Fundamentos que ele espera sejam observados pelo técnico Marquinhos Santos. "Posso ajudar o time em outras situações. Pude provar que ajudo de várias maneiras, não só em Atletiba e nos segundos tempos. Quero ajudar a manter o Coritiba no topo", espera.