O goleiro e capitão do São Paulo, Rogério Ceni, considerou como uma “vergonha para o futebol brasileiro” a tentativa da torcida do Coritiba de invadir o vestiário do próprio time após perder para a equipe paulista por 2 a 1 no Couto Pereira neste domingo (25). Após a partida, torcedores invadiram o estacionamento dos jogadores no Couto e chegaram à porto do vestiário, forçando os atletas alviverdes a correrem para se esconder. O meia Thiago Galhardo teve de se esconder no vestiário do São Paulo para não ser agredido.
“Os jogadores do Coritiba correram e lutaram até o fim, mas no futebol um tem que ganhar e o outro tem que perder. É natural. Isso que aconteceu, para mim, é caso de parar o futebol. Porque aconteceu hoje com o Coritiba e amanhã vai acontecer com outro time, ou com a gente em outro dia”, disse Rogério Ceni.
O capitão são-paulino se mostrou muito irritado com a situação e lembrou que a militância no Bom Senso FC visava justamente evitar episódios deste tipo e dar melhores condições de trabalho aos atletas. Ceni só não prolongou as críticas ao episódio por temer a repercussão de seu discurso.
Semana passada, o goleiro já havia feito críticas à arbitragem e à pressão feita pelo presidente do Vasco, Eurico Miranda, antes do embate com o São Paulo.
As reclamações de que o pênalti convertido pelos cariocas no Morumbi já havia sido marcado antes da partida devido às reclamações do cartola vascaíno levarão Ceni ao STJD (Superior Tribunal de Justiça Desporitva) no fim desta semana e podem tirá-lo do restante do Campeonato Brasileiro.
“Não é de direito de um torcedor fazer isso. Aliás, torcedor, como diz a palavra, vem ao estádio vibrar, torcer, trazer a família. É uma vergonha para o futebol brasileiro. Criamos o Bom Senso e tentamos fazer alguma coisa em prol do futebol, mas no Brasil a gente sabe que é difícil. Qualquer declaração que você queira dar as pessoas tentam censurar”, reclamou.
O técnico do São Paulo, Doriva, reforçou a postura do goleiro. “Lamentável é uma falha do sistema de segurança do Coritiba, que precisa resolver essa situação”, opinou o técnico do São Paulo, Doriva.
Em 2009, quando acabou rebaixado à Série B do Brasileiro na última rodada, o Coritiba sofreu com a invasão do gramado pela torcida e destruição de boa parte do Couto Pereira. O incidente culminou em punição pesada ao clube e ao estádio, que ficou dez jogos interditado -a pena era de 30 partidas, mas foi reduzida posteriormente.