Rogério Bacellar e o procurador Deltan Dallagnol.| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

Na esteira do sucesso da operação Lava Jato, que investiga corrupção entre empresas e agentes do poder público, o Coritiba lançou um programa de regras de conduta para o clube.

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Com as presenças do Coordenador da força tarefa do Ministério Público que atua na Lava Jato, o procurador Deltan Dallagnol, além do secretário nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor, Rogério Hamam, funcionários, conselheiros e parte da cúpula diretiva alviverde estiveram presentes ao evento, na manhã desta segunda-feira (14), no Couto Pereira.

A implementação do programa, chamado Conduta Coxa Branca, abrange a nova cartilha de comportamento e canais de denúncia de atos irregulares dentro do clube. O novo ordenamento ético alviverde não foi divulgado, mas deve ser disponibilizado na internet.

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Dallagnol, que palestrou no evento sobre a dimensão financeira da corrupção e sobre as formas de combate, destacou a ação adotada pelo Coritiba e o caráter de inovação da medida. “É dia de louvar a atitude. De modo pioneiro um clube assume regras que demonstram que quer ficar longe da corrupção e dos desvios de conduta. É um exemplo para o país”, ressaltou. Na cerimônia, o procurador ganhou uma camisa do Coritiba com a hashtag #EUEXIJO, criada para divulgar o projeto que pretende levar ao Congresso Nacional uma série de medidas que visam combater a corrupção no país, encabeçado por Dallagnol.

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Segundo o presidente Rogério Bacellar, o lançamento do código cumpre uma de suas promessas de campanha, já que ajuda a dar transparência e credibilidade à instituição. “O lançamento representa o compromisso que fiz, de que assumiria o Coritiba para reestruturar o clube. Com um plano diretor e o código, as coisas podem seguir de maneira correta, transparente e com responsabilidade”, destacou.

Segundo o mandatário, a intenção da atual diretoria também é deixar uma herança que permita ao clube um desenvolvimento sustentável. “Tenho a pretensão de deixar o legado de estrutura e condições de trabalho para todos, com solidez em todas as áreas, para continuar a ser o grande clube que sempre foi”, ressaltou.

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O projeto de adequação às normas estabelecidas pelo código de conduta, que tem como base uma prática coorporativa chamada compliance, será gerido pelo comitê de ética do clube e foi desenvolvido pela empresa de consultoria Ernst & Young.

Principal articulador do projeto, o diretor jurídico do clube, Gustavo Nadalin, revela que espera passar credibilidade e desvincular o Coritiba da imagem negativa que cerca o esporte. “O futebol tem essa imagem de ‘jeitinho’, de que ainda é legal ganhar aos 49 minutos do segundo tempo com gol irregular. Não podemos transportar essa questão para a gestão do clube, não podemos nos contaminar com esse lado folclórico”, disse.

Segundo o sócio-diretor da Ernst&Young, Guilherme Meister, há quase um ano as duas partes tem costurado o acordo para o lançamento, e as novas diretrizes de comportamento ainda precisarão ser incorporadas no dia a dia alviverde.

Para Meister, por ser pioneira no país, a iniciativa levará algum tempo para ser totalmente aceita. “É ilusão acreditar que do dia para a noite o programa de integridade vai se tornar realidade. É preciso um tempo para todos se acostumarem e se adequarem as novas regras”, afirmou.