Reuniões, dispensas e ultimato. A quarta-feira (5) no Coritiba foi tão tensa quanto a campanha do time. Lanterna do Brasileiro, o Alviverde confirmou o afastamento de quatro jogadores reprovados pelo novo sistema de avaliação interno do elenco. Rosinei, Norberto, Helder e Wallyson passam a treinar separados do grupo enquanto o Coxa tenta recolocá-los no mercado.
O clube se baseou no recém-criado Unific, departamento especializado em dados e estatísticas dos jogadores – muito parecido com o DIF (Departamento de Informação do Futebol), do rival Atlético – para tomar a decisão. “É uma estrutura que está ativa há uns 40 dias e temos acesso a tudo que precisamos para avaliar jogadores. Foram questões técnicas e basicamente números, como erros de passes e fundamentos. Os dados não estavam dentro do que esperávamos”, explicou o diretor executivo do Alviverde, Maurício Andrade.
A decisão foi comunicada aos atletas antes do treino em um encontro tenso que teve a presença de Andrade; do 4.º vice presidente, Pierre Boulos; do superintendente de futebol, André Mazzuco; e do ex-vice presidente José Fernando de Macedo – espécie de membro honorário da diretoria de futebol.
Andrade admitiu que o momento delicado exigiu atitudes mais drásticas. “É uma situação horrível. Temos de reforçar a equipe, a estrutura, a gestão e construir um cenário diferente. Não tem momento melhor para reformular”, falou.
A notícia teve reflexo no grupo, que recebeu um ultimato da diretoria. “Não podemos esperar mais. Não pode ser daqui duas ou três rodadas. O grupo tem maturidade para entender que a responsabilidade é de todos”, concluiu. Depois da bronca, os atletas tiveram uma conversa apenas entre eles. “Todos sabem que precisam dar um algo mais”, disse Andrade.
Para o meia Ruy, a conversa rendeu. “A gente teve um diálogo sobre o que está acontecendo, os resultados e o rendimento da equipe. Foi produtivo”, afirmou.
A saída de companheiros deixou o elenco chateado e apesar de ter sido encarada como normal, serviu de alerta. “Foi com eles, como poderia ser com a gente. Agora, temos de trabalhar”, opinou Ruy.
De todas as dispensas, a mais sentida deve ser a do volante Rosinei. Mais pelo ambiente extracampo e menos pelo desempenho no gramado, já que vinha tendo seguidas lesões.
“Ele era um grande líder para a gente. Mas ainda temos o Lúcio e o Wilson. Nosso grupo é unido. Se conquistarmos as vitórias, todos vão crescer e se fortalecer. Sem elas, infelizmente parece que estamos desunidos”, finalizou o meia.