De aviso prévio, dirigente fala em batalha sem precedentes para o Coritiba

O clima eleitoral do Coritiba respinga no futebol do clube e, antes mesmo do fim do Brasileiro, as duas chapas que concorrem para comandar o Coritiba anunciaram que pretendem contratar um novo diretor de futebol para 2015. Com isso, Anderson Barros, atual titular da função, está de saída.

O dirigente, que chegou ao Alto da Glória no início do Brasileirão, evita falar sobre o assunto. "Não", afirmou, direto, ao ser perguntado se considerava oficial sua despedida do Couto Pereira.

A Gazeta do Povo conversou com Barros para, além de falar sobre a iminente saída, avaliar o trabalho feito à frente do departamento de futebol na temporada.

Como é conduzir esse trabalho à frente do Coritiba, diante da iminência de não permanecer no próximo ano?É uma responsabilidade muito grande, especialmente para a instituição Coritiba. Hoje, minha atenção está voltada para apenas um objetivo: garantir a permanência na Série A.

Como é dirigir o futebol no Coritiba? Qual o desgaste e a pressão dentro do clube?O Coritiba passa por um processo de transição, crescendo e se desenvolvendo. Nisso, há erros, o que é algo natural. Quando cheguei ao clube, o primeiro momento foi tentar entender a situação do Coxa na temporada. No trabalho do diretor, o grande diferencial é entender os problemas pelos quais uma instituição passa. Entender o perfil dos atletas, o quadro financeiro, administrativo e político, para aí definir o caminho a ser seguido. Chegamos, em vários momentos, a situações nas quais não tivemos possibilidades de errar. O fundamental, agora, é dar condições para que o clube possa corrigir seu rumo.

Qual o impacto da vitória sobre o Palmeiras no ambiente do clube?Foi grande. A situação do Coritiba ao longo da temporada foi muito delicada, por uma série de fatores. Todos os atletas e profissionais, apesar de todas as dificuldades enfrentadas, mantiveram o foco. Isso aconteceu contra o Palmeiras e será levado até o final. Em minha concepção profissional, o que vale hoje, acima de qualquer pessoa e qualquer condição, é manter o clube na Primeira Divisão.

Na decisão da Copa do Brasil, haverá torcida para Atlético-MG ou Cruzeiro na decisão?Apostamos no que é melhor para o clube. Uma vitória do Atlético-MG garantirá a eles uma vaga na Libertadores, sem entrar na discussão sobre o valor de uma conquista como a Copa do Brasil. Sabendo que, no atual momento, o foco do Galo está em obter a vaga, o título pode trazer pontos positivos ao Coritiba. Mas não adianta nada se o time não fizer sua parte. O Coxa deve se preparar para uma batalha sem precedentes no domingo. Esse é o foco do clube, há algum tempo, para que possamos enfim sair dessa situação.

Até que ponto a situação financeira do clube interferiu em seu trabalho?Com poucos recursos, tivemos um número de contratações reduzido perto de outros clubes. Passamos por cima de erros, fortalecendo o que temos de positivo. É o melhor caminho para que o clube permaneça na Série A. No geral, tem sido bastante desgastante, mas ninguém pode dizer que o Coritiba não buscou. Houve uma entrega grande dos atletas e profissionais do Coritiba para que os resultados aparecessem.