Decisão: A primeira “final” do Paranaense será disputada hoje no Estádio do Café. O Londrina de Cláudio Tencati recebe o Coritiba deMarquinhos Santos (foto). O Coxa joga pelo empate para levar o turno e garantir assento na grande decisão do Estadual| Foto: Hugo Harada/ Gazeta do Povo

As noites de Marquinhos Santos duram no máximo cinco horas. Insônia comum a quem foi pai no fim do ano passado, mas reforçada pela obsessão do treinador pelo seu trabalho. Ele mantém em casa um vasto acervo de jogos de futebol, dividido entre incontáveis DVDs e discos rígidos de computador. Material consultado diariamente para avaliar a evolução do seu time, o estágio dos adversários e a sua atuação à beira do gramado.

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"Já estou precisando arrumar um espaço maior, minha mulher que reclama. Tenho todos os jogos desde quando comecei a trabalhar lá no sub-13 [em 2003]. Às vezes estou assistindo a uma partida e penso: ‘Já trabalhei com esse piazinho’. Então consulto o arquivo, verifico a ficha técnica e aproveito para assistir mais uma vez", conta o treinador.

A consulta tornou-se mais intensa a partir de setembro, quando Marquinhos Santos assumiu o Coritiba com apenas 33 anos de idade. Na próxima quinta-feira, ele completa seis meses no seu primeiro emprego como técnico de uma equipe profissional. Até o momento, são 27 jogos, 15 vitórias, 6 empates e 6 derrotas. "Dá mais de 60% de aproveitamento. Tá bom, né?", exclama.

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Ele contabiliza seu trabalho de outra maneira. Cada exibição do Coritiba é assistida de quatro a cinco vezes na semana seguinte à sua realização. Jogos pontuais são revisitados uma vez por semana – o Paratiba deste ano está nessa categoria. Outras se tornaram partidas de cabeceira, às quais recorre a qualquer momento,

"O jogo do Corinthians [derrota por 5 a 1 pelo Bra­­si­­leiro do ano passado] é um que eu vejo sempre. Não estava preparado para aquela goleada. Vi, revi e aprendi muita coisa", reconhece. "Outro é o jogo do Santos [derrota por 2 a 1, a primeira dele no Couto Pereira]. O time estava encaixadinho, mas o Magrelo [Neymar] é fogo. Na véspera ele tinha me mandado uma mensagem dizendo: ‘Professor, não adianta marcar individual que eu vou decidir o jogo’. E foi o que aconteceu", conta Marquinhos, que trabalhou com Neymar nas categorias de base da seleção brasileira.

Na outra mão está a vitória sobre o Palmeiras por 1 a 0. "Era um jogo decisivo, rivalidade muito grande por causa da final da Copa do Brasil."

Marquinhos sabe que a partida de hoje, contra o Lon­­drina, guiará os humores desse contato com o torcedor. E que o desempenho em sua primeira final servirá para reduzir ainda mais o grupo que o considera jovem demais para dirigir o Coritiba. O caminho para a conquista está guardado e catalogado na sua videoteca, que essa semana teve o Londrina e o Coxa permanentemente em cartaz.

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