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Joel fica no Coxa até o fim do ano, quando deve se transferir para o futebol alemão |
Joel fica no Coxa até o fim do ano, quando deve se transferir para o futebol alemão| Foto:

O atacante Joel, do Coritiba, viveu um dia de estrela ontem. Recebeu telefonemas de jornalistas de todo o país, foi reconhecido na rua e no hotel onde mora. Resultado dos dois gols marcados contra o vice-líder São Paulo na quarta-feira e da comemoração em que pulou a placa de publicidade e caiu na entrada do acesso ao vestiário do visitante, o que ganhou destaque na imprensa internacional. E forçou o atacante a repetir as explicações exaustivamente.

"Eu não sabia que tinha um buraco ali, a minha intenção era comemorar com a torcida", afirma o atacante de 20 anos para a Gazeta do Povo. Joel contou que só percebeu o que iria acontecer quando estava no ar. "Eu vi o segurança dizendo para não ir, mas eu achei que ele queria evitar que eu tomasse um cartão amarelo", admite.

O camaronês relatou que ficou um pouco assustado após a queda e que realmente teve sorte por cair nos degraus iniciais do acesso do vestiário, tendo ainda a cobertura inflável, que estava vazia, para amortecer. "Poderia ter me machucado", analisa o atleta, que teve de aguentar os companheiros de equipe fazendo brincadeiras sobre a cena.

O lance foi resultado do segundo gol do atacante, o mais difícil de fazer segundo ele. "No primeiro, o goleiro não estava na jogada. No segundo eu pensei em finalizar, mas ele cresceu na minha frente e fechou o espaço. Eu tinha duas opções: cavar por cobertura ou tentar driblá-lo", conta o camisa 77, que escolheu a segunda opção.

Natural de Nkongsamba, em Camarões, Joel foi descoberto em um campeonato no seu país quando tinha 15 anos. Acabou desembarcando no Brasil em seguida, trazido pelo empresário Juan Figer para o Iraty, onde ficou sem poder jogar partidas oficiais até os 18 anos. Tudo isso longe da família e com uma nova língua para lidar. "No começo foi um pouco difícil para aprender, mas depois me acostumei e fui adiante", diz o atleta. Ele ainda passou pelo Londrina antes de chegar ao Coxa, sem esquecer de, com frequência, mandar uma ajuda financeira para a família na África.

Já vendido para um grupo de investidores que o pretende levá-lo para o futebol alemão no ano que vem, Joel prefere só focar no desempenho em campo com a camisa alviverde. "Primeiro tenho que fazer um bom trabalho no Coritiba e me concentrar aqui", afirma o jogador, sem temer uma pressão maior após marcar três gols em quatro partidas pelo Alviverde. "Quando o atacante entra em campo é normal esperarem gols. Acho que essa pressão não vai aumentar".

Pelo menos um problema o jogador não precisa se preocupar, o atraso de salários do Coxa. É o que garante o gestor do Londrina, Sérgio Malucelli. "Ele sabe que se não pagarem ele recebe comigo. Mas o Coritiba também sabe que vai ter de pagar", resume o empresário.

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