Eles não sofreram as penúrias dos anos 90. Souberam pelo sofrimento alheio sobre o drama do Coritiba em uma década de jejum, crise e rebaixamento. Neste domingo (3), veem como obrigação a conquista do Paranaense. São os alviverdes com menos de 30 anos, fãs habituados a levantar taças no certame local. Foram sete de 2003 a 2013.
Não importa a dificuldade em fazer no mínimo dois gols no Operário para levar a decisão aos pênaltis. “Mal-acostumada” uma geração de coxas-brancas acredita e cobra mais um título na extensa galeria encorpada nos últimos anos.
“As 37 estrelas têm de entrar em campo”, prega o torcedor Rogério Ferreira, de 22 anos. Vindo de uma família toda alviverde, desfrutou de uma realidade bem diferente dos seus ascendentes.
A fase não era mesmo boa para os coxas-brancas nos anos 90. No cenário nacional, fazia boa campanha quando foi rebaixado em uma canetada, ao se recusar a enfrentar o Santos em Juiz de Fora, em 1989. Passou dois anos na Segundona, subiu e caiu novamente. No reduto caseiro, após a conquista estadual de 1989, amargou uma década inteira na fila, sob o baque da avalanche de títulos paranistas.
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“É até curioso. Minha geração tem o Atlético como o grande rival. Já meus pais, tios, viveram um período tão péssimo que tem uma rivalidade grande com o Paraná Clube, que estava em alta nos anos 90. Para os torcedores da nossa idade, apesar de ser uma definição pesada, o Paraná hoje é um adversário quase inexpressivo. É outra realidade”, acrescentou Ferreira.
O publicitário Thiago Pereira conta que era alvo de provocações recorrentes do irmão tricolor. “Ele viveu a boa fase do Paraná e tirava sarro, dizendo que eu torcia para um time que nem no videogame existia”, recordar, sobre a infância e as brincadeiras no Supernintendo. Nada que diminua as exigências sobre o atual Coritiba. “Depois a fase melhorou. Quem se acostuma a ganhar, quer ganhar sempre”, acrescentou.
“Eu comecei a torcer muito cedo para o Coxa. Até demorei um pouco até para ser campeão, com o título de 99. Mas depois foi um atrás do outro”, afirmou o analista financeiro, Danilo Martins, de 28 anos..
“Para mim virou obrigação a conquista do Paranaense. Ainda mais pelo nível do campeonato”, acrescentou. “Acho que pela estrutura, pela tradição e pela torcida, tem de ser campeão neste domingo”, reforçou.
Para isso, a equipe precisará recuperar o ritmo após a desaceleração na reta final. “O Coritiba é muito fraco psicologicamente. Todas as vezes que saiu atrás, na primeira fase contra o Foz, e contra o Londrina [semi] e Operário [final] não teve forças para se recuperar. Precisa melhorar isso no domingo”, afirmou o torcedor Rogério Ferreira, confiante nos 2 a 0, que levaram o jogo aos pênalti.
“Daí não tem como perder, né?”, completa confiante.
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