Celso Roth admite não cobrar reforços para o Brasileiro: desde 2005, o Coxa não apostava em um treinador de "grife"| Foto: Felipe Rosa/ Tribuna

No Coritiba, Celso Roth tem mais uma chance para tentar acabar com um rótulo que sempre o acompanhou. De que é um treinador com "prazo de validade curto". Carrega consigo ainda a fama de que seus times costumam "perder o fôlego" ao longo do campeonato.

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VÍDEO: veja a primeira entrevista de Roth como técnico do Coxa

Contando apenas o desempenho de suas equipes em Brasileiros, o técnico não pode se apoiar em números para pedir a absolvição. Se não tem retrospecto desastroso, tampouco pode se gabar das estatísticas acumuladas desde 1997 – seu primeiro trabalho na Série A –, quando era o dono da prancheta no Internacional.

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Entre altos e baixos, o gaú­­cho ostenta atualmente um aproveitamento de 50% no Nacional. Porcentual que corresponderia, em 2013, à sétima colocação do Santos. Ou seja, o meio da tabela. Sua melhor posição foi o vice de 2008, com o Grêmio, quando somou cerca de 63% dos pontos disputados.

Por outro lado, as estatísticas contribuem para destruir o mito de que Roth é retranqueiro em excesso, mostrando um equilíbrio entre defesa e ataque. Em suas últimas quatro participações em Brasileiros, os ataques comandados pelo gaúcho sempre figuraram entre os 10 melhores da competição. O mesmo não ocorreu com as defesas dessas equipes.

Abrindo o leque do numerário – fugindo dos limites do Brasileiro –, o ápice do currículo de Roth ocorreu no In­­ter­­na­­cional, onde ficou por 46 jogos, entre 2010 e 2011. So­­mando Li­­bertadores, Es­­ta­­dual e Nacional, foram 21 vitórias, 14 empates e apenas 11 derrotas – aproveitamento de 76%. Apesar disso, acabou marcado pela vexatória eliminação diante do Mazembe, do Congo, no Mundial de Clubes de 2010.

Em sua carreira, incluindo todas as competições, o agora comandante coxa-branca tem 54% de aproveitamento. Se conseguir repetir essa campanha só contra adversários da elite, briga pela Libertadores. No ano passado, o Botafogo, com esse desempenho, somou 61 pontos e abocanhou a última vaga no Continental.

Celso Roth admitiu em sua primeira en­­tre­­vista como técni­­co do Co­­ri­­tiba que não pre­­­­tende cobrar reforços. "Temos obrigação de trabalhar com o que temos", resumiu, prometendo explorar ao máximo o astro da equipe, Alex, seu capitão no Palmeiras de 2001.

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"É um jogador altamente qualificado. Enquanto não parar será cobrado tanto quanto outro jogador", concluiu.

A chegada de Celso Roth significa para o Coxa uma mu­­dança de estratégia. Acos­­tumado a trazer apostas para o comando do time desde 2005, quando Antônio Lopes deixou o clube, o Alviverde volta a pôr suas fichas em um treinador com "grife".

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