Rebaixamento enfraquecerá o cofre coxa-branca| Foto: Marco André Lima / Tribuna

O Coritiba jogará as sete últimas rodadas do Brasileiro com um olho no campo e outro no cofre. Isso porque o destino do clube após o dia 7 de dezembro terá impacto decisivo nas finanças alvi­verdes. Uma queda para a Segunda Divisão também faria despencar as receitas. Um peso a mais que os jogadores do Coxa terão de carregar nos jo­­gos derradeiros.

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A primeira consequência de um possível rebaixamento recai sobre o número de sócios, que tende a diminuir diante da terceira queda em menos de 10 anos. Segundo o presidente Vilson Ribeiro de Andrade, desde que entrou na diretoria do clube, em 2010, o Coxa nunca teve menos de 19 mil associados pagando regularmente – o número máximo chegou a 31 mil na final da Copa do Bra­­sil de 2011. Hoje o clube contabiliza em torno de 20 mil pagantes.

Com menos exposição nos horários nobres e em programas de rede nacional, a tendência é de que o clube tenha mais dificuldade para conseguir patrocinadores. O contrato com a Caixa vence em maio e uma queda de divisão pode ser levada em consideração pelo banco diante do valor escolhido para a renovação. É uma política da estatal pagar menos para times na Segundona, como ocorreu com o Atlético em 2012 e também com o Paraná.

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Junta-se a isso a ausência do dinheiro já adiantado pelos direitos de transmissão televisiva, apesar de o presidente alviverde garantir que ainda há R$ 140 milhões para o total das próximas quatro temporadas, e o aumento da dívida líquida do clube. Diante desse cenário, a permanência na Série A é fun­­damental para ajudar a manter as contas em ordem.

"Mudou muito desde o fim do Clube dos 13, em 2010, com o contrato de tele­visão garantido", admite o consultor de gestão esportiva Amir Somoggi. "Mas há grandes pro­­blemas dos patrocinado­­res não terem interesse ou pre­­ferirem pagar menos. Além de a Série B ter menos apelo para a torcida, o que incide na venda de produtos licenciados. É bastante complicado", lembra.

Dentro de campo, metade do time titular tem contrato encerrando no final do ano, e a participação na Série B pode ser levada em consideração pelos atletas na hora de uma possível renovação de empréstimo ou da contratação em definitivo.

A queda de divisão também seria um empecilho para o clube trazer novos atletas de qualidade – alternativa para não ficar mais de um ano fora da elite do futebol brasileiro, o que seria ainda mais desastroso.

Para evitar o transtorno generalizado, segundo o ma­­­­temático Tristão Garcia, o Coxa precisa vencer quatro dos sete últimos jogos, o que inclui, necessariamente, um fora de casa, onde o time só ganhou uma vez neste Brasileiro.

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