Paulo Regini, de camisa rosa, recebeu R$ 100 mil do Coritiba. João Batista Regini, à esquerda, protocolou mudança de lado do Maringá na eleição da FPF| Foto: Ivan Amorin / Gazeta do Povo

O dirigente do Maringá, Paulo César Regini, recebeu em março deste ano R$ 100 mil do Coritiba. O valor corresponde à metade dos R$ 200 mil doados pelo Coxa para a campanha de Ricardo Gomyde à presidência da Federação Paranaense de Futebol (FPF).

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O repasse dos R$ 100 mil, em cheque, e o depósito, em dinheiro, realizado na conta pessoal de Regini, estão comprovados no relatório do Conselho Fiscal do Alviverde, que será analisado pelo Conselho Deliberativo do clube nesta quinta-feira (3), a partir das 19 horas.

O Maringá iniciou a disputa pelo trono da FPF como apoiador da chapa de situação, do presidente reeleito Hélio Cury. No entanto, mudou de lado – como aliado do oposicionista Gomyde – um dia antes do depósito do dinheiro.

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Em 11 de março deste ano, o clube do interior do estado apresentou à Federação uma carta, registrada em cartório, alertando para a revogação. O documento é assinado por João Batista Regini, pai de Paulo César e também diretor do Maringá.

No dia seguinte, 12 de março, foi realizado o depósito de R$ 100 mil para Paulo César. O dirigente era o articulador da campanha de Gomyde no interior do estado. Procurado pela reportagem na terça (31), quarta (1º) e quinta-feira (2), ele não atendeu aos telefonemas.

A destinação dos R$ 100 mil não tem comprovação. André Macias, vice-presidente licenciado do Coritiba e intermediário da doação feita pelo clube, declara que não foi “compra de voto”. “É óbvio que não. São gastos da coordenação da campanha no norte”.

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O Coritiba não sabe como o montante que saiu dos cofres do Couto Pereira foi utilizado. “O Coritiba simplesmente deu R$ 200 mil para a campanha, como o Atlético deu, o Paraná não deu porque não tinha condições. Os coordenadores da campanha que tem que explicar”, diz Rogério Bacellar, presidente do Alviverde.

Candidato derrotado à presidência, Ricardo Gomyde afirma também não ter conhecimento da destinação: “Não fiz captação, não paguei conta, não fiz gastos”. Juliano Tetto, candidato à vice da chapa, segue a mesma linha: “Não vi um real. O que gastei, foi do meu bolso”.

Além dos R$ 200 mil do Coritiba, a campanha recebeu R$ 600 mil do Atlético. O valor repassado pelo Furacão também não teve a destinação explicada pelo clube.