| Foto: Marcos Bezerra/Futura Press/Folhapress

Cruzeiro e São Paulo são os dois melhores times do Campeonato Brasileiro de 2014, mas também aqueles que mantém o mesmo treinador há mais tempo. Marcelo Oliveira dirige a Raposa há 653 dias. A terceira passagem de Muricy Ramalho pelo Morumbi dura 373 dias. Longevidade incomum para o futebol nacional, que ajuda a explicar o sucesso dos dois times e serve de parâmetro para a alta rotatividade no banco de reservas da dupla Atletiba.

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Marcelo Oliveira assumiu o Cruzeiro em 4 de dezembro de 2012. Neste dia, Ricardo Drubscky ainda comemorava o acesso à Série A com o Atlético, comemorado no fim de novembro.

Em quase dois anos, Oliveira venceu um Brasileiro e um estadual com o Cruzeiro, além de percorrer boa parte do caminho ao bicampeonato, com 16 rodadas consecutivas na liderança. Foi contestado em apenas um momento, quando foi eliminado pelo Flamengo, na Copa do Brasil do ano passado. Ainda assim, resistiu.

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No CT do Caju, os resultados e a tolerância foram opostos. Drubscky teve uma pré-temporada de quase quatro meses para prepara o time. Começou mal o Brasileiro e caiu logo depois da pausa para a Copa das Confederações. Vagner Mancini assumiu o seu lugar e construiu um semestre de sonhos no Furacão: vice-campeonato da Copa do Brasil e terceiro lugar no Nacional. Ainda assim, não ficou para a Libertadores do ano seguinte.

Em 2014, a guilhotina foi bem mais afiada na Arena. Miguel Ángel Portugal começou o ano. Fracassou na Libertadores, mas só foi cair nas primeiras rodadas do Brasileiro. Leandro Ávila teve dois períodos como interino, Doriva veio e foi embora depois da Copa, até a contratação de Claudinei Oliveira. O ex-treinador do Paraná faz, nesta quarta-feira, o quarto jogo em duas semanas de trabalho.

No Alto da Glória, a rotatividade foi similar, mesmo em um período mais curto. Muricy Ramalho voltou ao São Paulo após quatro anos em 9 de setembro de 2013. Marquinhos Santos era o técnico do Coritiba, como também será no jogo deste noite. Entre setembro do ano passado e de 2014, porém, cinco técnicos passaram pelo banco de reservas alviverde.

Houve espaço para interinos como Marcelo Serrano (um jogo) e Tcheco (os três que livraram o time do rebaixamento no ano passado); resgate de antigas promessas (Péricles Chamusca); aposta fracassada em um emergente (Dado Cavalcanti) e investimento pesado em um medalhão (Celso Roth). Tudo para o Coritiba recontratar o técnico demitido quase um ano atrás - Marquinhos deixou o Alto da Glória dia 25 de setembro de 2013.

Na noite desta quarta-feira, Atlético e Coritiba tentarão provar que a tentativa e erro é capaz de superar a aposta no trabalho de longo prazo. Nem que seja por apenas 90 minutos.

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