Depois de comprar briga com a Federação de Futebol do Estado do Rio (Ferj) para poder disputar a Copa Sul-Minas-Rio, o Flamengo agora entrou em rota de colisão com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Em nota publicada em seu site oficial na noite de sexta-feira, o clube carioca reclamou pública e duramente da decisão da CBF de não autorizar que o Fla, sem poder atuar no Maracanã e no Engenhão, atue regularmente em Brasília no Campeonato Brasileiro.
“Nenhum argumento plausível justifica tamanha arbitrariedade, visto que não existe neste momento um estádio capaz de comportar a torcida do Flamengo no estado do Rio. O Flamengo é forçado a acreditar que esta mudança de postura está ligada à realização da Primeira Liga e ao visível desconforto que o sucesso deste torneio amistoso causa à Ferj, aliada da CBF”, diz parte do comunicado, intitulado “Nota de repúdio à decisão da CBF”.
De acordo com a diretoria rubro-negra, Flamengo e Fluminense pediram à CBF, ainda em 2015, “a liberdade de escolher e definir dois estádios para exercer seus mandos de campo”. Queriam autonomia para apontar um estádio no Rio, outro fora do Estado. Sem resposta, encaminharam um novo ofício, respondido nesta sexta-feira.
O Fla diz que recebeu a negativa com “absoluta incredulidade e revolta”, uma vez que “nenhum argumento plausível justifica tamanha arbitrariedade”. O clube alega que nenhum estádio no Rio é capaz de comportar sua torcida.
A nota segue com o Flamengo reclamando que “a CBF deveria estar preocupada em aumentar a média de público em suas competições oficiais” e que a entidade “constrange” a maior torcida do Brasil ao fazer o Fla jogar em “estádios com capacidade reduzida e com menor estrutura”. No entender da diretoria do Fla, “aspectos políticos obscuros se sobrepuseram aos aspectos técnicos” na decisão.
A CBF, no fim da noite, respondeu ao Flamengo argumentando que “o direito de escolha de estádios para exercer o mando de jogo deverá recair no limite territorial do estado em que a agremiação tem sede”, lembrando que, pelo Regulamento Geral de Competições de 2015, casos excepcionais precisam da aprovação “das federações local e anfitriã e do clube visitante”.
O Maracanã e o Engenhão serão entregues ao Comitê Organizador dos Jogos Rio-2016 já na semana que vem e não voltam a ficar à disposição dos clubes cariocas antes de setembro, uma vez que serão utilizados também durante a Paralimpíada. Flamengo e Fluminense têm contrato para jogar no Maracanã e buscam uma nova casa.
No passado, eles jogaram diversas vezes atuado em cidades como Volta Redonda, Resende e Macaé, mas agora querem um palco maior. A ideia era atuar em Brasília, no Mané Garrincha, estádio que também será cedido à Olimpíada. Desde a inauguração da arena, tanto Fla quanto Flu mandaram partidas do Brasileirão lá, mas à época a CBF não cobrava autorização do clube visitante.
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