Até o dia 31 de dezembro deste ano, os clássicos realizados no Estado de São Paulo terão torcida única. Essa foi a decisão tomada nesta segunda (4) pela Secretaria de Segurança Pública, após uma onda de violência neste domingo (3), antes e depois de Palmeiras e Corinthians, no Pacaembu.
Além dessa medida, outras duas ações foram anunciadas: os clubes não poderão mais entregar ingressos separados para as organizadas e elas estarão proibidas de levar adereços que as identifiquem nos estádios. A decisão do governo paulista tem efeito sobre jogos em todas as competições.
“Essa determinação [torcida única] vale até o fim do ano. Depois vamos analisar em conjunto essa questão”, afirmou o secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes.
Petraglia volta a defender torcida única após morte em São Paulo
Leia a matéria completaQuatro confusões aconteceram envolvendo torcedores. Segundo balanço da polícia, 59 pessoas foram detidas. Um homem morreu com um tiro de arma de fogo no coração. Ele ainda não foi identificado, mas não participava do confronto. O corpo está no IML de Artur Alvim, esperando ser reconhecido.
De acordo com informações da Polícia Militar, a vítima teria cerca de 60 anos e esperava um ônibus no momento em que a bala o atingiu. Suas digitais estão sendo usadas na tentativa de sua identificação. Uma pessoa apareceu na noite desta segunda no local dando notícia de um desaparecimento, mas ainda não se sabe se é do mesmo caso.
“Dessa forma, vamos evitar que tenha escolta, que tenha uma mobilização para acompanhar as torcidas rivais. Isso vai ajudar a diminuir esse problema. Qualquer clássico até o dia 31 de dezembro só terá uma torcida”, afirmou Alexandre de Moraes.
Dessa forma, vamos evitar que tenha escolta, que tenha uma mobilização para acompanhar as torcidas rivais. Isso vai ajudar a diminuir esse problema. Qualquer clássico até o dia 31 de dezembro só terá uma torcida
Desde 2010, 113 pessoas já morreram em brigas envolvendo futebol, de acordo com uma pesquisa coordenada pelo sociólogo Mauricio Murad.
O secretário também anunciou a identificação e banimento dos torcedores envolvidos nos conflitos. “Devemos terminar amanhã [terça-feira] a identificação de mais de 50 torcedores graças às imagens colhidas no Metrô. Além das medidas penais, os torcedores serão banidos dos estádios.”
Fúria é banida dos estádios por justiça carioca. Organizada do Paraná promete recorrer
Leia a matéria completaAs torcidas uniformizadas envolvidas nas brigas deste fim de semana também serão responsabilizadas. Na estação Brás, na Linha Vermelha do Metrô, torcedores dispararam rojões dentro da estação. Vidros foram estilhaçados e os bancos dos vagões, quebrados. “Também mandaremos o material para a Procuradoria Geral para entrarem com ação contra a Mancha Alviverde e a Camisa 12 na depredação da estação de metrô. O objetivo é repararem a estação e penhorarem seus ativos, para que acabe com a impunidade”, afirmou o secretário.
Participaram da reunião representantes da Federação Paulista, do Ministério Público, da Justiça, da Polícia Militar e da Polícia Civil. A conversa durou cerca de uma hora, na sede da Secretaria de Segurança Pública, no centro da capital paulista.
Os confrontos aconteceram na mesma semana em que um palmeirense foi preso. Deivison Correia é acusado de ter participado da agressão ao presidente da Gaviões da Fiel, no início do mês de março.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Ataque de Israel em Beirute deixa ao menos 11 mortos; líder do Hezbollah era alvo
Deixe sua opinião