Fachada do quartel-general da Fifa, em Zurique: Justiça investiga 110 movimentações financeiras suspeitas.| Foto: Ruben Sprich/Reuters

A Justiça suíça bloqueou US$ 50 milhões (R$ 192,4 milhões) em contas secretas mantidas pela Fifa e seus cartolas. A informação foi confirmada nesta quinta-feira pelo Departamento de Justiça, no momento em que Joseph Blatter, presidente afastado da entidade, comparece a uma audiência diante do Comitê de Ética da Casa. Se condenado, Blatter pode ser banido do futebol.

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Segundo os suíços, as contas bloqueadas têm relação direta com as investigações conduzidas nos EUA e que já indiciou 41 pessoas, entre elas Ricardo Teixeira, Marco Polo Del Nero e José Maria Marin, todos cartolas do Brasil. Os três ocuparam a presidência da CBF também.

Os nomes dos correntistas não foram divulgados. Mas a Justiça indica que mais de 110 movimentações financeiras estão sob suspeita. “As autoridades americanas pediram documentos relacionados com 50 contas de diferentes bancos, por onde o dinheiro teria circulado”, indicou o porta-voz do Departamento de Justiça suíça, Folco Galli. Uma das contas, segundo diferentes jornais suíços, seria de Nicolás Leoz, ex-presidente da Conmebol.

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No indiciamento da Justiça americana, em 3 de dezembro, o nome de Ricardo Teixeira aparece ao ser citada uma propina da Nike e que seria compartilhada entre o brasileiro e o empresário J. Hawilla, da Traffic. Cerca de US$ 40 milhões teriam sido transferidos para uma conta na Suíça e divididos entre os dois. No país, diversos bancos passaram a ser obrigados a colaborar com o caso, entre eles o UBS, Credit Suisse Julius Baer. O congelamento das contas ocorreu a pedido dos americanos.

Na semana que vem, a Fifa vai anunciar a punição sobre os casos de Blatter e de seu pagamento para Michel Platini, envolvendo US$ 2 milhões. Mas nesta quinta, o dirigente suíço que garante ser inocente ganhou elogios. Na Rússia, o presidente Vladimir Putin declarou em sua coletiva de imprensa de fim de ano que Blatter “é um dos homens que merecem o prêmio Nobel da Paz”. Para ele, sua reputação não deve ser questionada e Blatter usou o futebol para fins “humanitários”.

Uma das principais revistas da Suíça, a Die Weltwoche, também elegeu Blatter como “o suíço do ano” em sua edição que foi às bancas nesta quinta.

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