A Justiça suíça deu até a próxima segunda-feira (8) para que José Maria Marin, ex-presidente da CBF, apresente um recurso para que possa esperar pela extradição aos Estados Unidos em liberdade condicional em Zurique. Informações reveladas pelo jornal O Estado de S. Paulo pelo Departamento de Justiça de Berna confirmam que o recurso poderá ser apresentado até o dia 8 de junho.
Por enquanto, o porta-voz do governo suíço, Folco Galli, garante que nenhum recurso foi apresentado. Mas estima que “dificilmente” o apelo seria atendido. Marin, apesar de estar com 83 anos, não tem propriedades na Suíça e o governo insiste que existe o “risco de fuga”. Nem sua idade seria motivo condicionante para liberá-lo.
O governo americano tem agora até o dia 3 de julho para substanciar o pedido de extradição, com novos documentos e a base legal. Berna considera que isso deve ocorrer nas próximas semanas. Se Marin recorrer também nesse caso, o processo pode tramitar por cerca de seis meses. Nesse período, ele poderia até mesmo pedir para trabalhar na prisão da região de Zurique, se preferir.
Berna explicou à reportagem que decidiu prender Marin por considerar que as provas apresentadas pelos EUA sobre Marin seriam suficientes para “motivar uma extradição”. Na última quarta-feira, o brasileiro foi um dos sete cartolas da Fifa presos em Zurique, acusado pelo FBI de corrupção e envolvimento num esquema que movimentou US$ 150 milhões (R$ 423,7 milhões).
“Na base da descrição fornecida pelos EUA no pedido de prisão, o Departamento de Justiça estimou que os fatos denunciados, a priori, poderiam motivar uma extradição”, indicaram as autoridades policiais da Suíça.
O Departamento da Justiça da Suíça recebeu o pedido de extradição seis dias antes da operação. No dia 22 de maio, os advogados do governo passaram a examinar os documentos sobre Marin e confirmaram que existiam indícios suficientes para realizar a prisão e a extradição do brasileiro para os EUA.
O caso rapidamente chegou até a ministra de Justiça, Simonetta Sommaruga, que consultou o restante do governo e até o presidente suíço para dar o sinal verde. A etapa seguinte foi repassar para a polícia cantonal de Zurique o trabalho de operacionalizar a prisão, o que ocorreria no dia 27 de maio.
Para tentar evitar uma extradição aos EUA, o ex-presidente da CBF contratou um advogado suíço especialista em crimes financeiros e cooperação internacional. O nome escolhido foi o de Georg Friedli, com sede em Berna. À reportagem, ele indicou que falará apenas no dia 3 de julho, quando vencem os prazos. “Talvez o pedido de extradição nunca chegue”, declarou.