É das páginas mais conhecidas da mitologia rubro-negra o episódio da chegada de Zico à Gávea, com 14 anos, em 1967, levado pelo radialista Celso Garcia: extremamente franzino, pesando menos de 40 quilos, ganhou imediata desconfiança entre os que comandavam as categorias base do clube. Acabou ficando, e um personagem foi fundamental para transformar em um atleta de alta potência física aquele que seria o maior jogador da história do clube: o preparador físico José Roberto Francalacci, que morreu neste sábado, aos 77 anos.
“Acordei aqui na Índia com uma notícia muito triste. Morreu Francalacci. Eu só tenho a agradecer pelo trabalho feito comigo e a importância dele pra nossa geração no Flamengo como preparador físico. Força para a família do grande Franca”, escreveu Zico em sua conta numa rede social.
O trabalho desenvolvido por Francalacci especialmente para Zico fez o craque ganhar 17cm e quase 30 quilos em sete anos, até ficar de vez no elenco profissional. De adolescente com corpo de criança, desacreditado para o futebol, Zico virou um exemplo de atleta. O sucesso de seu trabalho com o craque rubro-negro fez Francalacci ganhar notoriedade dentro e fora do clube. O preparador se tornou figura importante na Gávea, e chegou a treinar interinamente o time rubro-negro em duas curtas passagens, em 1970 e em 1983.
Francalacci sofria de diabetes e teve complicações cardíacas nas últimas semanas. Ele estava internado no hospital Casa de Portugal, no Rio Comprido, e deixa dois filhos e a mulher, Sônia. O velório será neste domingo, às 10h, no Memorial do Carmo, no Caju, zona portuária do Rio.