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 | Antonio Scarpinetti /Ascom  Unicamp
| Foto: Antonio Scarpinetti /Ascom Unicamp

Referência acadêmica sobre violência no futebol, Heloísa Reis conviveu com atos de agressividade no esporte antes de estudá-los. No início da década de 1980, foi jogadora do Guarani (SP). À Gazeta do Povo, falou sobre exemplos recentes de intolerância no futebol. Ela exige participação dos torcedores na discussão sobre como coibir brigas no esporte.

Por que o Estado não consegue conter a agressividade no futebol com eficiência?

O Estado não está preparado para isso. Temos de ter comissões nacionais e regionais para acompanhar a rivalidade dos clubes, tem de se comprometer a ouvir sugestões dos torcedores, que hoje são completamente marginalizados, visto como responsáveis pela violência.

Tem sido cada vez mais comum ver cenas de torcedores se reunindo para ameaçar ou atacar dirigentes e jogadores ...

Quando ele faz a cobrança de modo democrático, está em seu direito; clube e jogadores são patrimônios de uma cultura popular que sobrevive da paixão e do dinheiro desses torcedores. Mas ele tem de ter um mínimo de civilidade.

O Estatuto do Torcedor contribuiu para coibir a violência nos estádios?

Quando se olha as penalidades que o estatuto define, só existe punição para a torcida. Raramente o estado é responsabilizado por uma violência policial. No futebol, o torcedor tem sido o portador das obrigações; dirigentes e jogadores, dos direitos.

As entidades esportivas fazem algo?

As instituições do futebol nacional e internacional nunca se responsabilizam pela violência. Só querem usufruir do lucro dos eventos que organizam. A Conmebol, a Fifa fazem isso. A Uefa é muito mais engajada.

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