O afastamento de onze jogadores, no mês de setembro, desinchou o elenco do Paraná e garantiu ao treinador Ricardinho melhores condições de trabalho para a sequência da Série B. Entretanto, ao mesmo tempo em que resolve um problema a curto prazo, a medida ameaça se tornar uma "herança maldita" para o clube.
A razão é simples. Caso o Tricolor não cumpra suas obrigações financeiras, o grupo de renegados terá de procurar a Justiça para receber os valores aos quais têm direito. O lateral Lisa, com contrato até 2015, foi afastado ainda antes da "barca de setembro" e já entrou com ação para receber o que o clube lhe deve.
"Tentei resolver numa boa, mas não teve acordo. Tentei várias vezes e não consegui. Aí, infelizmente, tive de entrar com uma ação contra o clube. Tenho valores a receber. Acho que fizeram descaso comigo. Vou pedir a liberação total e depois buscar meus direitos", revela o jogador, que chegou ao Paraná em 2011.
A situação, aliás, não é novidade na Vila Capanema ainda neste ano, os mandatários paranistas se depararam com parte das receitas (inclusive verbas referentes a patrocínios) penhoradas por conta de ações trabalhistas do passado. Apenas o meia Hadson, que disputou uma única partida pelo Tricolor, em 2003, e foi dispensado antes do fim do contrato, tem direito a receber R$ 3,8 milhões.
O meia Paulinho Oliveira, que atualmente treina por conta própria em uma academia de Curitiba, é mais um que espera pelos valores atrasados. Segundo o jogador, as "férias forçadas" impostas pela diretoria não poderiam ter acontecido, justamente pelo fato de o clube dever dinheiro aos atletas.
"Ficou estranha a situação, pois na verdade nos deram férias forçadas. Concordo com a diretoria em querer não contar mais com um jogador, faz parte do dinamismo do futebol. Pode afastar, mas desde que pague os jogadores", cobra Oliveira, que tem três meses e meio de salários para receber e contrato até abril de 2015.
"Cada caso é diferente e estamos tratando de todos, dentro das possibilidades", resume Celso Bittencourt, vice-presidente de futebol. "O Paraná está tentando fazer acordo com todos estes atletas, justamente para não termos problemas no futuro", corrobora o gerente de futebol, Marcus Vinícius.
Além de Lisa e Paulinho Oliveira, o goleiro Wendel, os zagueiros Lito e Diego Alemão, os laterais Tiago Silva, Henrique Ávila e Carlinhos Miranda, o volante Túlio Souza, o meia Patrick e os atacantes Néverton e Caio Teófilo têm contrato com o clube, mas não estão sequer treinando com o elenco. O meia Lucas Pará retornou para a base.
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