Principais promessas da base paranista na Série B deste ano, o zagueiro Alisson e o volante Marcos Serrato chegam à última rodada de forma melancólica.
Titular durante o primeiro turno, o polivalente Serrato, de 20 anos, caiu no ostracismo com a chegada do técnico Ricardinho, em setembro. Desde então, luta para figurar mesmo entre os suplentes.
O defensor, também de 20 anos, havia sobrevivido à mudança no comando técnico. Em outubro, porém, uma contusão muscular afastou Alisson das rodadas finais. Prestes a retornar, acabou envolvido na polêmica da "lesão coletiva" de atletas antes da partida com o Bragantino, na semana passada. Ele era um dos quatro atletas que não viajaram a Minas Gerais alegando contusão, negada pelo clube no mesmo dia.
Esse cenário desfavorável, aliado à penúria financeira no clube, comprometem a esperança de lucro da diretoria. Rafael Stival, empresário de Serrato, admite que a saída do atleta da formação inicial afeta a situação do garoto no mercado. "Ele vinha em um ritmo bom, com sondagens. Depois, de ícone passou a não figurar nem no banco", lamenta. "Houve erro da diretoria. A especulação [de negociação do atleta] era muito forte e perdeu força", fala.
O empresário de Alisson, Miguel Calluf, segue a mesma linha. Para ele, o tratamento dado ao atleta no caso da lesão coletiva dificultou sua permanência. "Ficou entendido que não contam mais com o Alisson. Se este for o desejo, cada um segue sua vida."
O roteiro protagonizado pela dupla é filme repetido na Vila.Entre 2012 e 2013, os personagens foram o zagueiro Alex Alves e o atacante Luisinho. As promessas se firmaram no time, perderam espaço e foram negociadas com Goiás e Bragantino, respectivamente. O defensor foi emprestado ao Esmeraldino para ganhar visibilidade. Não joga. Já o avante custou a bagatela de R$ 175 mil ao Massa Bruta.
Os baixos valores devem se repetir com Alisson e Serrato. O zagueiro tem cláusula de rescisão avaliada em R$ 4 milhões e não deve permanecer: proposta entre R$ 500 e R$ 800 mil é o suficiente para tirá-lo. Serrato, com cláusula de R$ 2,5 milhões, sairia por menos. Com contrato até agosto de 2015, deve permanecer, por falta de propostas.