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Próximo presidente do Paraná, Leonardo Oliveira, de 35 anos, diz que acertar a situação financeira é prioridade em sua gestão. | Hugo Harada/Gazeta do Povo
Próximo presidente do Paraná, Leonardo Oliveira, de 35 anos, diz que acertar a situação financeira é prioridade em sua gestão.| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

Com 542 dos 810 votos registrados na eleição presidencial de quarta-feira, Leonardo Oliveira, de 35 anos, será o comandante do Paraná pelos próximos três anos – a posse será em dezembro. No dia seguinte à vitória nas urnas, o representante do grupo da atual administração do Tricolor prometeu conversar com a oposição para encontrar soluções para o grande drama do clube na atualidade, a falta de dinheiro. Veja como foi a entrevista com o futuro mandatário paranista:

Como vem sendo o primeiro dia após a eleição?

Os problemas não pararam, então seguimos trabalhando. Sou muito tranquilo, não tinha tanta expectativa de ser presidente e também não me deslumbro com essa possibilidade. Agora tenho mais responsabilidades, que é o que mudou de fato.

Você será um presidente remunerado? Ou terá de manter um emprego para se sustentar?

Tenho uma situação financeira montada para este momento. Não serei remunerado no Paraná.

Se nossos sócios, incluindo eu, tivessem sido mais participativos, o Paraná não teria chegado a esta situação.

Leonardo Oliveira, presidente eleito do Paraná

Neste ano, o Casinha prometeu acesso com três rodadas de antecedência, mas o time não correspondeu. Você promete o acesso em 2016?

É nossa meta. Agora, prometer não é nossa característica. Sem promessas, mas vamos trabalhar com o objetivo de chegar de uma forma sólida à elite do futebol brasileiro.

O técnico Fernando Diniz fica para 2016?

Falta ainda um quarto do campeonato para ser disputado. Ele tem de focar nessas últimas rodadas. Nós não desistimos do acesso neste ano. Ainda temos objetivos. Vamos esperar esse ano transcorrer, o Diniz trabalhar com tranquilidade, no momento certo a gente senta para conversar e resolver as coisas.

Qual será a postura do time no próximo Estadual? Vai brigar pelo título?

O Paraná sempre entra para vencer. Vamos trabalhar sempre com esse objetivo.

O último balanço financeiro apontou um passivo de R$ 120 milhões. Como sanar essas dívidas e tocar o clube ao mesmo tempo?

Conhecendo o tamanho do problema os sócios vão poder, cada um em sua área de atuação, sugerir formas de resolver os problemas. A gente conta com a participação de todos os paranistas. Mas o passivo trabalhista é o foco, é o que está na mira.

Você prometeu uma gestão transparente, com assembleias entre diretoria e sócios. A possível venda da Kennedy será tratada nesses encontros?

Antes de chegar ao associado, a questão da venda tem de passar pelo Deliberativo. Se ela for aprovada, será levado aos sócios. Com certeza, a venda hoje é uma das possibilidades.

Mais do que o apoio da Fúria Independente, você teve votação expressiva da organizada. Você não teme ficar refém da facção?

Não será diferente do que foi com outros presidentes. Se der certo, vamos ter vida tranquila e bom relacionamento. Se o projeto não der certo, tem de ser cobrado. Se nossos sócios, incluindo eu, tivessem sido mais participativos, o Paraná não teria chegado a esta situação. Não me iludo achando que tenho apoio eterno da Fúria.

Outra base de votos veio do presidente Casinha que voltará a ser funcionário do clube. Você pretende mantê-lo no Paraná?

Acabando o mandato ele volta a ser gerente do social. Vamos conversar, colocá-lo no nosso planejamento financeiro e operacional. É um cara que foi fundamental nos últimos meses. O Casinha é uma peça importante, pela experiência que tem.

A oposição citou acordos com investidores estrangeiros. Vocês pretendem ir atrás desse tipo de apoio?

Estamos tentando marcar uma reunião com a oposição, para que eles tragam esses projetos. Vamos conhecer a segurança desses investimentos. Se forem alinhados com nossas estratégias, vamos trabalhar com eles.

Divergência sobre venda da Kennedy é entrave para diálogo entre chapas no Paraná

Convidada a participar de uma reunião com o candidato eleito Leonardo Oliveira, a chapa oposicionista derrotada na eleição do Paraná garante que, enquanto a venda da sede social da Kennedy for cogitada, não há chance de diálogo com Oliveira. A possibilidade de venda do patrimônio foi o principal ponto de divergência entre os grupos durante os debat

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O Paraná briga na Justiça pela Vila Capanema e pela Vila Olímpica. Qual será a futura casa do Tricolor?

Espero que a gente nunca saia da Vila Capanema. Falar em construção de uma arena padrão Fifa está distante da nossa realidade. O Paraná precisa começar a pôr pontos finais em seus problemas antes de dar novos passos.

Aos 35 anos, você é um dos presidentes mais jovens a assumir o Paraná. Vai buscar a ajuda de gente mais experiente para comandar o clube?

Os sócios já demonstraram a confiança em nossa chapa. Temos gente experiente no grupo que dão equilíbrio, o que é primordial. Temos pessoas com larga experiência administrativa e de vida trabalhando conosco.

Durante a campanha você levantou dúvidas sobre a viabilidade de adesão ao Profut, programa do governo federal que permite aos clubes refinanciarem suas dívidas fiscais. O prazo para decisão é 30 de novembro. Qual será a posição do Tricolor?

Com o nosso orçamento atual, o Profut não é viável. Nosso passivo trabalhista ainda é mais importante que nossas dividas tributárias e fiscais. O maior atrativo do Profut são os descontos que a lei nos proporciona. Mas se você não cumprir com as obrigações, você perde os descontos e a dívida volta ao valor atualizado.

Uma das primeiras ações do Paranistas do Bem foi a retirada de ações contra os ex-presidentes José Carlos de Miranda e Aurival Correia. Você endossou a retirada?

A retirada não teve cunho político. Em uma das ações fizemos acordo com o Miranda e o dinheiro entrou nos cofres do clube. Na outra ação, do caso Thiago Neves, contra o Aurival e o Miranda, a retirada foi uma decisão técnica. Isso não quer dizer que abrimos mão de nossos direitos.

Você falou do projeto de um único centro de treinamentos para a base e o profissional. Isso acontecerá no CT Racco, que é alugado, ou no Ninho da Gralha, que está penhorado pela dívida com o empresário Leo Rabello?

Vamos ter de avaliar os riscos. Hoje, já está definido que será tudo no mesmo lugar. Ainda precisamos estudar onde isso vai acontecer. Não podemos atropelar as coisas. Mas já temos estratégias para que essa aproximação aconteça. Queremos isso para o ano que vem, esse é o caminho.

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