Paraná coloca ‘legado da revolução’ em jogo no returno

A largada tricolor no segundo turno da Série B começa também a selar os legados do grupo Paranistas do Bem (PdoB) no clube.

Esportivamente, quando pisar no Castelão às 16 horas para enfrentar o lanterna Ceará, o time comandado por Fernando Diniz tentará empreender recuperação capaz de cumprir a promessa alardeada pelo grupo no início da disputa: o acesso para a Série A. Tarefa árdua. O time inicia o turno a dez pontos do G4.

Fora de campo, na arena administrativa, os últimos meses de 2015 determinarão se o aporte financeiro de R$4 milhões prometido pelo PdoB será benéfico em longo prazo. Se por um lado os salários do departamento de futebol estão em dia, por outro, todo o dinheiro aplicado terá de ser devolvido aos investidores no futuro próximo.

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Além disso, na sede social da Kennedy os atrasos salariais alcançam quatro meses, com funcionários sendo demitidos sem a quitação dos débitos e orientados a procurar os direitos trabalhistas na Justiça. Ou seja, a dívida paranista não foi estancada.

As três garantias — time forte, salários em dia no futebol e a subida de divisão — foram os pilares da intensa pressão promovida para depor Rubens Bohlen do poder. Renúncia consumada em março, após incansável articulação nos bastidores, com direito a capítulo final na delegacia de polícia, onde Bohlen registrou Boletim de Ocorrências (B.O) contra João Quitéria, atual vice-presidente de marketing.

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Desde então, a metamorfose foi intensa na Vila. No futebol, Durval Lara Ribeiro, o Vavá, ganhou carta branca para remontar o elenco, desmantelado após o fim do Estadual. “Não trago jogadores meia bomba. Não vamos repetir as campanhas pífias dos anos anteriores”, anunciou na chegada, confiante.

CLASSIFICAÇÃO da Série B

Após o desembarque do atacante Carlão durante a semana o clube alcançou 23 reforços na “era Vavá”. Destes, cinco já foram dispensados. Outros cinco nem sequer estrearam. Fora isso, o técnico Nedo Xavier, prometido como o condutor do clube à Série A, foi demitido após a 11.ª rodada, avaliando as contratações como “apostas de loteria”.

Já na gestão da crise patrimonial as coisas se agravaram. O caso mais dramático é o da Vila Olímpica do Boqueirão, leiloada em junho por causa de uma dívida com ex-funcionários. O clube segue lutando na Justiça para reverter o arremate. Assim com corre risco de perder nos tribunais a disputa com a União pela posse da Vila Capanema e tenta evitar o fim da falimentar sede da Kennedy.

O tempo para o PdoB cumprir todas as promessas que tiraram Bohlen do poder é curto, mas pode ganhar sobrevida no dia 23 de setembro, na eleição presidencial. Vice-financeiro, Leonardo Oliveira deve ser o candidato.