Se o plano de vender dois terços da sede da Kennedy se concretizar, o Paraná poderá alcançar em 2016 o pico de um processo de encolhimento patrimonial. Em dezembro de 1989, época da fusão entre Pinheiros e Colorado, que originou o Tricolor, o clube contava com sete imóveis, totalizando pouco mais de um milhão de metros quadrados. Conta que não considera imóveis residenciais de posse da agremiação.
Hoje, 26 anos depois, o Paraná já vendeu duas sedes. E quase todos os demais patrimônios paranistas, por sua vez, estão envolvidos em algum tipo de litígio judicial. Caso o pior dos cenários se concretize em 2016, com a perda de todos os imóveis com demanda em tribunais e a venda de parte da Kennedy, por exemplo, o clube terminaria o ano com a posse de somente 7,6% de seu patrimônio original.
A sede da Vila Olímpica do Boqueirão, de 66 mil metros quadrados, é a única que não foi vendida ou não está penhorada — apesar de ter sido arrematada em leilão em 2015, o clube conseguiu reverter a situação. Um dos principais argumentos do jurídico tricolor era de que o imóvel está marcado com cláusula de inalienabilidade, ou seja, não pode ser vendido ou penhorado. Desta forma, a Vila Olímpica está temporariamente salva.
Veja quais sedes formavam o patrimônio do Paraná em 1989:
Guaratuba – 485 mil metros quadrados
Ninho da Gralha – 260 mil metros quadrados
Vila Olímpica – 66 mil metros quadrados
Britânia – 60 mil metros quadrados
Vila Capanema – 55,3 mil metros quadrados
Tarumã – 52 mil metros quadrados
Sede da Kennedy – 35 mil metros quadrados
Obs: as sedes em negrito já não pertencem mais ao clube.
Por outro lado, as penhoras trabalhistas que recaíam sobre o imóvel vêm sendo transferidas para outras propriedades. Caso da dívida com o ex-treinador Ricardo Pinto, que havia motivado o leilão da Vila Olímpica e que agora resultou na penhora do ginásio de esportes da sede da Kennedy, por exemplo.
Além do imóvel no Boqueirão, cerca de dez mil metros quadrados da sede social da Vila Guaíra seguirão de posse paranista, embora estejam arrendados para uma empresa de eventos. O restante do espólio original está sob risco.
A mutilação patrimonial teve início com a venda da sede do antigo Britânia, um dos embriões históricos do Paraná. Em 1998, o clube vendeu a área de 60 mil metros quadrados situada na Avenida das Torres, no Guabirotuba. No local, hoje funciona um supermercado.
“Paraná já nasceste gigante...” Veja a situação de cada imóvel tricolor
Leia a matéria completaEm 2013, foi a vez da sede do Tarumã, de 52 mil metros quadrados, ser arrematada por R$ 30 milhões em leilão. Deste montante, R$27,1 milhões foram utilizados para pagar dívidas com o INSS, Receita Federal, além de débitos trabalhistas. Ambas as vendas não ajudaram o clube a deixar o abismo financeiro em que se afundou. Recentemente, o vice-presidente eleito, Christian Knaut, afirmou que a venda da Kennedy também não será capaz de zerar o passivo paranista.
Outras duas sedes estão penhoradas por ações na Justiça. O CT Ninho da Gralha, situado em Quatro Barras, foi penhorado como garantia para a dívida com o empresário Leo Rabello, do caso Thiago Neves. A outra sede penhorada consiste em dois terrenos que, juntos, somam 485 mil metros quadrados, em Guaratuba.
Já o estádio da Vila Capanema, pivô de uma extensa briga judicial, também pode ser perdido. Em 2013, a Justiça decretou que o local é patrimônio do governo federal, que herdou o espólio da extinta Rede Ferroviária (RFFSA). O clube recorreu. No entanto, de acordo com o voto do relator do processo no Tribunal Regional Federal de Porto Alegre, a tendência é de que o Paraná tenha de desocupar o lugar em troca de compensação financeira pelas melhorias efetuadas.
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