Em meio a graves problemas financeiros, o Paraná tem do outro lado do campo hoje, às 16h20, na Arena Condá, em Chapecó, um adversário que pode lhe servir de modelo. Com campanha surpreendente na Série B, a Chapecoense se apoia na excelência administrativa para garantir solidez e merecer um espaço na elite do futebol nacional.
No lado tricolor, o bom rendimento em campo ganhou um ponto de interrogação para o futuro depois que o técnico Dado Cavalcanti expôs o atraso de dois meses nos salários dos jogadores além do 13.º de 2012 dos funcionários do clube. O desabafo ocorreu logo depois da importante vitória por 3 a 1 sobre o Boa, concorrente direto ao G4. Problema que passa longe da equipe catarinense, vice-líder da competição, cuja folha de pagamento é de apenas R$ 500 mil. Gasto limitado, modesto, mas suficiente para bancar um time eficiente.
A equipe catarinense é a que menos perdeu na Segundona, apenas uma vez, e pode até ultrapassar o líder Palmeiras caso vença seus dois jogos a menos, adiados por problemas meteorológicos. "Reestruturamos o clube. Pagamos dívidas e parcelamos outras. Fomos atrás de receitas e montamos times modestos até pagar tudo. Sabemos que não podemos fazer loucura. Jogador de R$ 30 e
40 mil fica fora. Não adianta ser grande se não conseguir arcar com as contas", ensinou o presidente do clube catarinense, Sandro Pallaoro.
A montagem do elenco da Chapecoense foi cuidadosa. A base do time foi mantida nos últimos três anos, com pequenas alterações, o que exige ainda mais a atenção paranista. "Eles têm entrosamento. Mudaram pouco as peças e as que vieram deram um upgrade. Nossa equipe é valente e competitiva. Vamos fazer nosso jogo e evitar as bolas dos adversários, especialmente cruzada. Os zagueiros e o Bruno Rangel [atacante, artilheiro da Série B] sobem bem demais", analisou o técnico do Paraná, Dado Cavalcanti.
O treinador tricolor, inclusive, garantiu que o elenco está determinado a superar não apenas o rival como as dificuldades internas para manter o bom ritmo na competição. "Não teremos bola murcha. Manteremos nossa intensidade de treino e de jogo. A nossa concentração é a mesma", afirmou ele, que está ciente de outro fator favorável aos catarinenses, a pressão da torcida. A Chapecoense leva em média 4.875 torcedores a campo contando o jogo em Erechim , cerca de mil pessoas a mais do que o Tricolor consegue na Vila Capanema (3.832).
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