Anderson lamenta empate em casa com o Palmeiras. Tricolor fica marcado por não segurar as vantagens| Foto: Albari Rosa/Agência de Notícias Gazeta do Povo

Personagem

Dado pede demissão, mas diretoria tenta mantê-lo

Uma situação inusitada marcou o desfecho da partida entre Paraná e Palmeiras. Após o duelo, o técnico Dado Cavalcanti não compareceu à entrevista coletiva. No vestiário, ele pediu demissão, ouviu um apelo da diretoria e o futuro do clube ficou sob suspense.

Muito irritado (chegou a discutir com um torcedor ao deixar o banco de reservas), Dado sinalizou a vontade de deixar o clube ao abandonar o ritual de atendimento à imprensa. Durante quase uma hora, os repórteres o aguardaram na Vila Capanema. Diante da situação, a diretoria apresentou uma estratégia para manter o treinador.

Após uma longa reunião com Dado, ainda na Vila, houve uma tentativa de demovê-lo da ideia.

"Pela direção, o Dado fica. Não podemos desmerecer o trabalho, não é terra arrasada. Ele está muito triste. Vamos conversar com a cabeça no lugar", disse o vice-presidente Paulo César Silva.

"Em nenhum momento pensamos nisso [a saída do Dado Cavalcanti]. Nós estamos conversando, é mais um empate com sabor de derrota, está todo mundo de cabeça quente, mas tem de dar apoio", contou Alex Brasil, gerente de futebol.

A insatisfação de Cavalcanti já tinha ficado clara durante a semana, quando admitiu que teve uma conversa mais ríspida com os jogadores, com direito, como ele mesmo disse, a "um tom mais agressivo".

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Em alta: Torcida

Os paranistas fizeram uma festa bonita na Vila Capanema, com quase 12 mil pagantes, mesmo com o ingresso a R$ 80.

Em baixa: Kayke

O atacante mais uma vez decepcionou, sendo substituído "por conta própria", quando a placa indicava a saída de Moacir.

Dado Cavalcanti

O técnico perdeu a cabeça e bateu boca com torcedores que estavam na área social da Vila. Após o jogo foi embora sem dar entrevista. Deixou em suspense sua permanência no clube.

Corda no pescoço: Paraná quer o treinador até o fim, mas o técnico dá sinais de desgaste
JJ Morales tenta escapar no meio da defesa palmeirense
O paranista JJ Morales disputa a bola com Marcelo Oliveira
Jogo equilibrado teve boa atuação das duas defesas
Wesley cobra falta, que para na defesa tricolor
Ricardo Conceição recebe falta ao tentar buscar a bola no alto
Partida teve marcação forte e excesso de faltas
Dado Cavalcanti não compareceu à entrevista coletiva após a partida com o Palmeiras e se reuniu a portas fechadas com a diretoria
O volante Edson Sitta abriu o placar da partida aos 38 minutos do segundo tempo
Após marcar, Sitta foi comemorar junto com a torcida
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Rei do vacilo nesta Série B, o Paraná repetiu a dose ontem diante do Palmeiras. Com casa cheia e a obrigação de vencer para se aproximar do G4, o Tricolor mais uma vez saiu na frente, porém sofreu o empate nos minutos finais.

SLIDESHOW: Confira as fotos da partida

O time paranista encerra a rodada em 7º lugar, a dois pontos do G4, mas pode ver esta distância aumentar para cinco. Isso ocorre caso o Avaí vença hoje o clássico com o Figueirense, às 17 horas, na Ressacada. Restam cinco rodadas.

Depois de abrir o placar aos 38/2º, com gol de Edson Sitta, o Tricolor deixou escapar preciosos dois pontos aos 43, com o palmeirense Leandro.

O tropeço na Vila Capane­­ma soma-se a outros que ocorreram durante o campeonato – ocasiões em que o Paraná estava ganhando e permitiu que o adversário reagisse, como contra o Avaí e o Atlético-GO. No total foram 18 pontos perdidos dessa forma.

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Além disso, o Tricolor engrossou neste sábado a lista de fracassos diante dos 10 primeiros colocados: não venceu nenhum no segundo turno.

Para piorar a situação, Icasa, América-MG, Sport, Joinville e Ceará, que brigam com o Tricolor pelo acesso, venceram na rodada.

Segundo aponta o matemático gaúcho Tristão Garcia, do site Infobola, especializado em futebol, uma equipe precisa chegar aos 64 pontos para subir à elite. Nesta conta, o time da Vila precisa de quatro vitórias e um empate nos últimos cinco jogos para subir.

Em declínio, o Tricolor marcou somente seis dos últimos 24 pontos disputados.

O Paraná enfrenta ainda o Boa, Sport e Guaratinguetá fora de casa, além de Chape­­coense e Icasa em Curitiba.

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No caso de ontem, o terceiro jogo consecutivo sem vitória, o Paraná não soube aproveitar a vantagem e a empolgação da torcida. Além disso, o zagueiro Anderson sentiu uma lesão na panturrilha e foi obrigado a ficar fazendo número no ataque. "A gente fez o gol e logo em seguida eu senti a contusão. Infelizmente já tínhamos feito as três substituições", disse, abalado, o zagueiro.

"O sentimento após um jogo desses é de dor. Eu trocaria o meu gol pela vitória", lamentou o volante Edson Sitta. "Infelizmente levamos mais um gol de [uma jogada iniciada em um] lateral, não consegui matar a jogada", seguiu o volante, que estava improvisado na zaga no lugar de Anderson. "Mas enquanto tiver chance vamos continuar lutando".

Veja imagens da partida