| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Os sete meses em que ficou sem trabalhar em 2015 não foram opção do técnico Claudinei Oliveira, que acertou em dezembro do ano passado seu retorno ao Paraná, onde já atuou em 2014. O treinador aproveitou para fazer cursos e estudar, mas admite que o objetivo era voltar o quanto antes para o mercado.

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Os problemas financeiros e atrasos salariais que há muito tempo atrapalham o Tricolor não assustam Claudinei. Ele confia que 2016 será diferente. E afirma: espera não encontrar resistência da torcida pelo fato de ter trocado o clube pelo rival Atlético.

Você ficou mais de seis meses sem trabalhar. Chegou a recusar propostas?

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Não. Meu nome esteve na pauta de clubes, mas não optaram por mim. Aproveitei para assistir ao máximo de jogos que pude. Fiz o curso de Licença A da CBF. Fiquei estudando o futebol, lendo bastante e aguardando propostas.

Não foi escolha sua ficar parado...

Não estou em situação de tirar ano sabático. Isso aí é para o Guardiola. As conversas que tive no ano passado foram com clubes da Série A [a Chapecoense foi um deles]. Mas, na hora de escolherem, acabei preterido.

Você ter trocado o Paraná pelo Atlético em 2014 te preocupa neste retorno?

Ainda não dá para dimensionar. Os torcedores com quem conversei até hoje foram receptivos. Não senti essa rejeição. Também se eu sentisse que a rejeição seria muito grande não teria voltado. Acho que eles entenderam o momento e a minha decisão. Espero ser bem recebido, vai ser um reencontro legal.

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Você acha que deixou uma dívida de gratidão com a torcida do Paraná?

Sim. Foi um dos lugares em que me senti mais querido. Até nos jogos que não vencíamos, éramos aplaudidos. Isso é raro. Fiquei chateado. O torcedor tinha uma expectativa grande e tomei a decisão de sair. No momento, achei acertado. E não me arrependo. Com o clube, as coisas não estavam sendo cumpridas. Aí você tem uma proposta superior financeiramente, na qual você tem a certeza de que vai receber. Não teria como negar.

O Paraná chegou a acusar o Atlético de falta de ética na sua contratação.

Não achei que foi para mim. Quando me ligaram [do Paraná] para fazer a rescisão, falei que poderia assinar em casa para não gerar desconforto. Mas fizeram questão que eu fosse na sede. Entenderam, mas é lógico que magoa. Quando falei que tinha proposta da Série A, ficaram felizes por mim. Em seguida, quando souberam que era o clube rival, o impacto foi negativo.

Em 2014, você reclamou das condições de treino na Vila Olímpica. O clube evoluiu neste sentido?

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O campo no Boqueirão tinha um gramado ruim, duro, com uma grama que não se utiliza mais. Tivemos jogadores que se machucaram por causa disso. Reencontrar o clube no CT Racco é fantástico. A gente podendo ir para o Ninho da Gralha vai agregar ainda mais, pois vamos estar juntos das categorias de base.

Em 2014, você trouxe para o clube atletas do Santos. Este ano os nomes de Lucas Otávio, Pedro Castro e Lucas Crispim, do Peixe, foram citados.

Eles trabalharam comigo na base do Santos, gosto deles, mas por enquanto não temos negociações. Estamos atentos não só ao Santos, como também a outras equipes grandes. Assim que eles definirem os elencos, os jogadores que não forem aproveitados e que a gente conhece, vamos tentar trazer.

Seu esboço para o time de 2016 tem três atacantes. O Paraná deve jogar no 4-3-3?

Estamos montando no 4-3-3 porque procuramos colocar os melhores em campo. Hoje a equipe é essa. Talvez a gente coloque um meia e tire um atacante, se chegar o meia que queremos [Nadson, ex-Sampaio Corrêa - a entrevista foi realizada antes do acerto com o atleta, oficializado na sexta-feira passada (15)]. Aí deve virar um 4-2-3-1, como a gente jogava em 2014.

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O Paraná subiu oito garotos da base. Te agrada o elenco recheado de jovens?

Na minha primeira passagem foi assim. A gente lançou jogadores que deram certo. Procuro ser justo com os atletas, não gosto de lançar quem eu ache que não está pronto. Eles estão tendo a chance de demonstrar potencial. E eu não tenho receio de lançar jogadores que acredito estarem preparados.

O Paraná tem enfrentado problemas financeiros há anos. Não teme que a situação se repita?

Não. Sabemos dos passivos trabalhistas, são recorrentes. No ano passado o clube teve uma verba bloqueada. A prioridade é acertar as pendências de 2015, para que não atrapalhem o planejamento. Sabemos quanto o clube tem para gastar e até quanto pode faltar no fim do ano. Vamos buscar esses recursos. Se os passivos do passado não atrapalharem, conseguiremos ter um ano mais tranquilo.

Você criticou a tabela do Paraná no Campeonato Paranaense. É algo que pode atrapalhar a campanha?

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A tabela para o Paraná não existe, não é a tabela de uma equipe grande. Parece que a gente subiu agora para a primeira divisão. Temos de superar essa situação. Estamos falando isso agora para não dizerem que não falei antes. Não tive como opinar antes porque não participamos da elaboração.