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O técnico Milton Mendes usou um cachecol do Paraná durante o clássico deste domingo com o Atlético | Daniel Castellano / Gazeta do Povo
O técnico Milton Mendes usou um cachecol do Paraná durante o clássico deste domingo com o Atlético| Foto: Daniel Castellano / Gazeta do Povo

Para explicar o inesperado revés do Paraná neste domingo (23), a derrota por 2 a 0 para o Atlético que causou a eliminação nas quartas de final do Paranaense, o técnico Milton Mendes valorizou o adversário - mesmo sendo o time sub-23 do Atlético, que passou boa parte da primeira fase na zona do Torneio da Morte e cresceu somente na reta final, e vindo de duas vitórias seguidas sobre o rival.

"A equipe do Atlético é forte, boa, jovem, e demonstrou isso nos dois jogos. Não contávamos que fosse assim [com a eliminação], mas como foi temos de analisar tudo o que aconteceu", disse o treinador, que viu seu time entrar na competição com status de favorito, por jogar com força máxima desde a primeira rodada - diferentemente dos rivais Atlético e Coritiba -, viveu altos e baixos e agora precisará administrar um clima de muita pressão.

O ambiente agora virou de uma hora para outra. Seu time vinha de nove jogos de invencibilidade e tinha a vaga nas mãos após vencer a partida de ida por 2 a 1. Porém os indícios de que a coisa não andava tão bem vieram no dia anterior, com a paralisação dos jogadores, que se recusaram a treinar e ir para a concentração por causa de salários atrasados. "Não vou responder perguntas sobre isso, vocês sabem a nossa rotina, a análise vocês que façam", limitou-se a dizer Mendes sobre o assunto.

E a péssima apresentação neste domingo também trouxe um mau momento esportivo. O treinador garante que não pensa em sair do clube - ninguém da diretoria se manifestou sobre o assunto. Em 14 jogos ele alcançou aproveitamento de 52,38%, com seis vitórias, quatro empates e quatro derrotas. "Não estou indo embora, é um momento de pausa, de análise. Será que o momento é de crítica, de bater, ou de 'acarinhar'? As horas mais difíceis são as que a gente aprende, cresce e evolui", disse em tom filosófico. "Não podemos crucificar os jogadores pela derrota, achar que está tudo errado e mandar todos embora", completou, justificando a montagem do time durante a competição como uma das causas do insucesso.

Em meio à frustração, deixou transparecer certa falta de rumo, apegando-se a frases de efeito. "Neste momento é que precisamos do Paraná fruto de luta e união", discursou, citando o hino do clube. "Se pudesse pedir alguma coisa, era pedir apoio ao clube, que passa por problemas financeiros, de um torcedor triste e desconfiado", completou.

O time terá 18 dias para se refazer antes de voltar a campo para a partida de volta com o São Bernardo pela Copa do Brasil, no dia 10 de abril, na Vila Capanema - houve empate por 1 a 1 no ABC Paulista. Nove dias depois o Tricolor enfrenta o Sampaio Corrêa, no Maranhão, na estreia pela Série B.

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