Recorde outras vezes que a torcida paranista ajudou o time
Convocação geral e mea-culpa No dia 29 de outubro de 2013, às vésperas do decisivo duelo contra o Palmeiras, pela 33ª rodada da Série B 2013, a organizada tricolor inovou: em nota publicada no site, a diretoria da Fúria Independente assumiu erros do passado como invasão de treinos, cobranças indevidas a diretores e jogadores e outras ações e emitiu uma convocação geral para os torcedores tricolores comparecerem em peso ao duelo contra os paulistas.
Patrocínio máster da Fúria A Fúria estampou seu nome no local mais nobre da camisa paranista em 2013. O fato inusitado aconteceu nas partidas contra o Sport Recife e Guaratinguetá, válidos pela 36ª e 37ª rodadas da competição, respectivamente, ambos na Vila Capanema. A principal motivação para a parceria comercial foi o mau momento financeiro do clube, que, apesar dos atrasos salariais, ainda sonhava com o acesso.
Costurando patrocínios Em 2013, a Fúria foi a intermediária de contratos de patrocínio para a camisa do Tricolor. Membros da organizada buscaram no mercado empresas controladas por torcedores do clube e fecharam diversos apoios pontuais.
Doutor Tricolor Um dos torcedores mais folclóricos do Paraná, o médico Jorge Albino da Costa, que mantém a faixa "Dr Tricolor" nos jogos, também patrocinou o time em uma partida. Albino imprimiu sua marca na camisa paranista na partida contra o Paysandu, válida pela 23ª rodada da Série B 2013.
Doação de cheque simbólico Terminada a Série B 2013, a Fúria realizou a doação simbólica de um cheque no valor de R$ 200 mil à diretoria paranista. A entrega aconteceu na Vila Capanema, e o valor contabilizou toda a ajuda financeira que a torcida realizou no ano, inclusive com os valores dos patrocínios. O dinheiro foi fundamental para ajudar o fechamento de contas tricolor em um ano de precariedades financeiras.
Vaquinha Após a vitória por 1 a 0 sobre o Bragantino, pela 18ª rodada da Série B deste ano, os atletas do Paraná foram surpreendidos com um "saco de dinheiro" com R$ 7 mil. O montante era o fruto da coleta feita entre os torcedores na partida contra o Bragantino, mês passado. Idealizada pelo jornalista e fisioterapeuta Sérgio Bello, o dinheiro foi entregue ao elenco, que decidiu doar aos funcionários com salários atrasados.
Mais uma vez a torcida do Paraná se movimenta para ajudar o time na crise financeira que enfrenta há anos. Um grupo de seis conselheiros do clube lança no próximo sábado (13) a Associação dos Patronos e Amigos da Gralha Azul, associação civil sem fins lucrativos para arrecadar recursos de doações para o Tricolor.
De acordo com o estatuto da associação, torcedores poderão contribuir de forma pontual ou através de mensalidades a partir de R$ 20.
Segundo Fernando Geraldi, presidente da associação, que trabalha no mercado financeiro como diretor de investimentos, os recursos arrecadados serão investidos em três frentes. A maior parte, 70%, será destinado diretamente à infraestrutura, em áreas que alavanquem receitas, como a reestruturação das lojas do clube. Uma fatia de 30% vai para um fundo a ser investido em aplicações de renda fixa e outras aplicações de baixo risco.
"Os rendimentos dessas aplicações serão repassados ao clube. Nosso sonho é que em dez anos tenhamos R$ 20 milhões nesse fundo, que gerem R$ 120 mil mensais para o Paraná. É um fundo intocável, que vai ficar sob nossa gestão, com a consultoria de especialistas", afirma.
Salários atrasados
Entretanto, Geraldi afirma que a possibilidade de o recurso ser destinado diretamente a pagamento de salários atrasados está descartada. "Essa é uma responsabilidade da diretoria, mas com os nossos investimentos em outras áreas poderemos captar recursos que ajudem também nesta demanda", diz.
A ideia foi inspirada em universidades estrangeiras, como a norte-americana Harvard em que associações com registros distintos são criadas para contribuir com receitas e em ações semelhantes de clubes brasileiros, como a torcida do Avaí, que conta com a Associação Social Cultural dos Torcedores do Avaí (ASSTA).