A Polícia Federal indiciou o ex-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ricardo Teixeira, por suspeita de crimes financeiros relativos à época em que ele comandava a entidade.
O relatório da PF, concluído em janeiro, cita movimentações atípicas em nome de Teixeira identificadas pelo Coaf (Controle de Atividades Financeiras), vinculado ao Ministério da Fazenda.
De acordo com a revista “Época”, o montante movimentado pelo cartola entre 2009 e 2012 chega a R$ 464,6 milhões. A informação teria sido repassada pela Coaf à PF, diz a publicação.
Os policiais reuniram elementos para indiciá-lo pelos crimes de evasão de divisas, lavagem de dinheiro, falsificação de documento público e falsidade ideológica.
As conclusões da polícia nesse inquérito são anteriores à prisão do atual presidente da confederação, José Maria Marin, acusado de participação num esquema de corrupção internacional envolvendo dirigentes de futebol.
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Teixeira não é um dos nove cartolas e ex-executivos indiciados na semana passada pela Justiça americana, mas aparece como um dos “coconspiradores” envolvidos em pagamento de propina e lavagem de dinheiro.
Segundo investigação do FBI (polícia federal americana), Teixeira compartilhava com os seus sucessores José Maria Marin (2012-2015) e Marco Polo Del Nero (atual presidente) propina ligada aos direitos televisivos da Copa do Brasil, torneio disputado desde 1989 que reúne os principais clubes do país.
Em 2012, Teixeira renunciou à presidência da CBF e ao Comitê Executivo da Fifa após denúncias de que recebera dinheiro por partidas da seleção brasileira e de um contrato de marketing da entidade máxima do futebol mundial.
No final do ano passado, já temendo as investigações nos EUA, Teixeira colocou à venda sua mansão de mais de 600 metros quadrados de Miami. O imóvel havia sido adquirido dois anos antes por US$ 22 milhões.