O presidente do Senado paraguaio, Blas Llano, deu entrada nesta sexta-feira (29) em um projeto de lei para derrubar a imunidade do edifício da sede da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), em Assunção, que impede, entre outras coisas, operações de busca e apreensão em seu interior.
Llano explicou, por meio de um comunicado, que quando foi aprovada a lei que garante essa imunidade, em 1997, se agiu para preservar a instituição de “vaivéns e circunstâncias que normalmente agitam a vida de um país, sacudido por mudanças constantes”.
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No entanto, Llano argumentou que as coisas são diferentes agora, por causa da guerra contra a corrupção que os Estados Unidos declararam contra alguns dirigentes da Fifa e devido a que muitos dos acusados pela Justiça americana ocuparam postos influentes na Conmebol.
“A República do Paraguai não deve aparecer mantendo imunidade sobre o local permanente, os bens, arquivos, documentos e papéis existentes no mesmo e possa ser entendida na comunidade internacional como uma blindagem que impeça de investigar o funcionamento da Conmebol”, comentou Llano
O projeto de lei, que será internado oficialmente na sessão ordinária da próxima semana, foi uma proposta de Hugo Rubin, deputado do Partido Encontro Nacional.
Rubin disse hoje à Agência Efe que essa “imunidade foi aprovada para proteger as irregularidades”.
Além disso, a imunidade foi aprovada em 1997 quando o Congresso sancionou uma lei que dota o edifício de uma categoria similar ao de uma embaixada, explicou Rubin. Isto ocorreu sete anos depois que a Conmebol estabeleceu em seus estatutos que a sede permanente do organismo seria transferida de Lima a Assunção.
Dessa forma, em 23 de janeiro de 1998, um ano após a aprovação da imunidade pelo Congresso paraguaio, a Conmebol inaugurou o prédio, situado na cidade de Luque, na Grande Assunção.
Para o deputado Rubin é suspeito que o Paraguai tenha sido escolhido como sede permanente da Conmebol por ser um país que segue sem ter voos diretos para Estados Unidos ou Europa.
Além disso, lembrou que antes de instalar-se em Assunção, a sede da Conmebol estava em Lima, onde, segundo Rubin, possivelmente não teria conseguido tal imunidade. “Nem a Fifa tem esse status, todo o edifício (da Conmebol) goza de inviolabilidade. Não faz sentido que a Justiça paraguaia não possa investigar”, concluiu Rubin.
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