Zico com a camisa do Flamengo: ídolo maior do Rubro-Negro| Foto: Anibal Philot/ Agência O Globo
Zico posa ao lado da sua estátua, na sede do Flamengo, que homenageia o jogador por seus 60 anos
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Zico completa 60 anos hoje. Um marco na vida do jogador brasileiro sinônimo de craque durante o final dos anos 70 até o início dos 90, período em que vestiu as camisas de Flamengo, Udinese-ITA, Kashima Antlers-JAP e seleção brasileira.

Agora sessentão, e após mais de 40 anos envolvido com o futebol profissional, Zico pretende, enfim, desacelerar. A conturbada passagem pelo Iraque, como técnico da seleção do país, entre 2011 e 2012, pode ter sido o último capítulo da trajetória próxima dos gramados.

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"Estou mais preocupado em ficar disponível para a minha família, os meus netos, a escola Zico 10, que está no Brasil inteiro, com 40 mil crianças, uma contribuição para a educação. Estar mais pelo Rio de Janeiro. O último ano no Iraque foi muito complicado", revela Arthur Antunes Coimbra, nascido no dia 3 de março de 1953, à Gazeta do Povo.

Além das atividades citadas, o ex-jogador e, possivelmente, ex-técnico, tem ocupado o tempo como comentarista de televisão e palestrante. "São coisas que eu gosto de fazer, e exigem uma dose de esforço que eu ainda posso gastar", aponta.

A passagem do tempo, e a velhice chegando, não assustam aquele que já foi apenas o Galinho de Quintino – apelido recebido ao desembarcar na Gávea, em 1967, em virtude do porte franzino. "É a ordem natural das coisas", resume.

Permanecem para sempre os 23 anos de serviços prestados ao futebol arte. Tempo em que Zico foi campeão brasileiro (1980, 81, 83 e 87), da Libertadores da América (81) e do Mundial Interclubes (81), sem contar a infinidade de títulos cariocas, tudo envergando a camisa rubro-negra.

Além disso, é o artilheiro máximo da história do Maracanã, com 333 gols marcados enquanto o estádio ainda era o "maior do mundo". Só não consta no currículo um título de Copa do Mundo – o ex-atleta jogou as edições de 1978, 82 e 86.

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Mas há quem diga que a glória suprema do esporte não faz falta. E que a bola jogada pelo escrete canarinho que foi à Espanha, em 82, é tão importante quanto qualquer caneco. Em todo o caso, o retrospecto de Zico é comparável ao que o Messi tem feito pelo Barcelona.

"Tenho orgulho do meu passado. Mas prefiro evitar qualquer tipo de comparação", diz.

Os números, claro, não falam tudo. Para quem não acompanhou o meia em campo, a descrição de Jorge Benjor oferece outra perspectiva da categoria de Zico com a bola nos pés.

Em Camisa 10 da Gávea – canção do álbum África Brasil (1976) – o músico torcedor doente do Mengo exalta o ídolo/camarada e sua "dinâmica física, rica e rítmica", seus "reflexos lúcidos", "lançamentos, dribles desconcertantes", "chutes maliciosos como flashes eletrizantes".

Características que Atlé­­ti­­co e Coritiba conheceram bem. Com quatro gols, o flamenguista barrou o sonho da dupla de alcançar, pela primeira vez, uma final de Brasileiro.

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Em 1980, fez os dois da vitória carioca sobre o Coxa no Couto Pereira – na volta, 4 a 3 no Maracanã. Três anos mais tarde, marcou outros dois nos 3 a 0 sobre o Atlético, no Rio de Janeiro. Em Curitiba, os 2 a 0 do Furacão foram insuficientes para avançar.

"Lembro como foram confrontos difíceis esses dois. Mas era a melhor fase do Flamengo", resume.